* Por Angelina Stockler
No começo do século XX o mundo era analógico, no qual as pessoas se comunicavam pessoalmente ou por carta, com acesso à informação só pelo jornal e rádio. Nos dias atuais, após o advento da globalização, as relações humanas tornaram-se massificamente digital, com e-mail, mensagens e ligações com vídeo acontecendo real time.
Segundo relatório divulgado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), em fevereiro de 2017, cerca de 40% da mão de obra ativa já trabalha à distância no mundo, uma vez que há ganhos tangíveis em relação ao aumento da produtividade e à diminuição de custos. No primeiro caso, porque, uma vez trabalhando de casa (ou qualquer outro lugar), os funcionários são poupados do tempo de deslocamento, evitam o stress e acabam se empenhando mais para executar a tarefa. Por outro lado, com menos funcionários alocados em sua estrutura, a empresa acaba diminuindo os gastos fixos com água, luz, internet, café, papelaria, vale transporte, etc.
Mesmo com essa descentralização sendo considerada pelo relatório “The Future of Jobs”, do Fórum Econômico Mundial, de dezembro de 2016, ser chamada de a 4ª Revolução Industrial, muitos gestores ainda têm dúvidas quanto à sua efetividade, principalmente no que tange os fluxos, processos e gerenciamento desses colaboradores remotos.
No Brasil o interesse de empresas em ter colaboradores remotos tem crescido mais lentamente, se comparado ao resto do mundo, mas a cada dia tende a ser mais adotada, visto seu potencial ganho econômico. Além dos pontos já abordados, um trabalhador a distância chega a ser até 20% mais barato que o funcionário fixo e seu rendimento em média é 30% superior.
Para que a estratégia funcione, é fundamental que a vaga seja compatível com as funções de um trabalho a distância. Áreas de vendas, prospecção, criação, finanças são algumas das atividades que funcionam muito bem com equipes remotas. Além disso, é indispensável que o líder saiba perceber se o funcionário tem o perfil e a disciplina para trabalhar home office.
Nesse sentido, é preciso ter em mente que esse modelo requer muito planejamento e recursos para gerenciar, remotamente, os resultados desse time. Ferramentas como métricas, relatórios, calls, softwares de gestão são alguns recursos que o líder pode usar para gerenciar as atividades e a produtividade desses funcionários, além disso, reuniões por áudio e vídeo diminuem a “sensação” da distância e da falta de controle, colocando as partes em consonância com o job que está sendo executado, combinando prazos, aferindo os retornos e a substancialidade do serviço entregue.
Por fim, as empresas precisam se adequar, visto que, o mundo não voltará a ser analógico e a previsão do Fórum Econômico Mundial é que, até 2020, 7,1 milhões de empregos, no mundo, desaparecerão em decorrência da redundância, automação ou desintermediação. E parte dessa massa trabalhadora certamente migrará para o trabalho remoto.
* mentora da Endeavor e da InovAtiva Brasil,
membro do comitê Mulheres do Franchising da ABF e
sócia-diretora na ba}STOCKLER
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