Por Paulo Padrão *
Em um mundo cada vez mais pautado por respostas ágeis, o uso dos dados se tornou o novo imperativo para a transformação digital das organizações. É este propósito que tem feito com que empresas de todos os segmentos cada vez mergulhem em um ambiente inundado de informações, com fontes de conteúdo por todos os lados. A abundância de conteúdo, porém, nem sempre significa uma vantagem real para as companhias como um todo. Afinal, não basta ter mais dados. É preciso, antes de qualquer coisa, saber utilizar a informação como um ativo estratégico, capaz de gerar novos negócios.
Esse desafio tem feito com que as companhias, agora, busquem novos caminhos, com opções que as ajudem a potencializar suas jornadas de utilização dos registros digitais. Os executivos brasileiros já estão percebendo que coletar e armazenar informações em silos não é mais uma alternativa plausível. O gerenciamento de dados deste mundo hiperconectado exige a adoção de uma visão 360°, que possibilite uma análise mais abrangente e completa sobre a informação que precisa ser capturada.
Isso não é por acaso. À medida que a digitalização das ferramentas de produção e venda avançam, mais importante se torna a capacidade de se ampliar as iniciativas de governança e inteligência para o uso dos dados. Construir uma operação realmente preparada para a utilização estratégica das informações é imprescindível para compreender como manter os arquivos seguros, mitigar falhas e ameaças, reduzir custos, garantir a conformidade com as medidas regulatórias, identificar riscos e oportunidades e, principalmente, conquistar a confiança dos clientes com uma oferta sólida e processos de gerenciamento de dados adequados.
Mais do que nunca, a informação deve estar no centro dos projetos de transformação para o futuro. O grande ponto, contudo, é que em um cenário em constante mudança, cumprir as etapas necessárias para a implementação de um plano de gerenciamento de dados coeso se tornou um processo impossível de ser feito à mão e sozinho. Há bilhões de interdependências e interações provocando infinitas possibilidades às análises.
Por isso mesmo, de acordo com uma recente pesquisa conduzida pela Forbes Insights, com mais de 180 companhias globais, apenas 33% dos CIOs acreditam que suas infraestruturas para a gestão de dados são verdadeiramente eficientes para o que eles imaginam ser necessário para extrair o real potencial do conteúdo gerado em seus sistemas e redes. Isso significa que dois em cada três líderes de TI acreditam que seus negócios precisam encontrar novas formas para capturar, gerenciar e governar as informações, levando a gestão e a análises destes registros a um novo nível.
A pesquisa indica que, nesse cenário, os líderes estão preocupados, principalmente, em aprender a lidar com a quantidade de informação existente. De forma prática, os CIOs estão se perguntando, agora, como reunir e gerenciar os dados gerados por todos as plataformas e sistemas possíveis para, assim, poderem evoluir, saindo do processo de captura de informações para um estágio mais estratégico para o uso dessas informações em suas tomadas de decisões.
Além disso, outro desafio que os líderes TI e de negócios também precisam enfrentar é entender como orquestrar o manuseio dos registros em conformidade com as novas regras regulatórias, que exigem o monitoramento e a proteção das informações de acordo com uma série de imposições – que podem variar de região para região e até em função do tipo de conteúdo a ser arquivado.
Apesar de todas essas necessidades e dificuldades, é importante notar que a pesquisa mostra um ponto surpreendente: menos de 40% das empresas possuem um sistema formal de content management. Isso significa que na maior parte das companhias, o trabalho de gerenciamento dos dados ainda é uma tarefa realizada como parte de um projeto específico ou, ainda, pela própria área que utilizará essas informações. Como consequência, é possível dizer que inúmeros registros não-estruturados e insights que poderiam ser úteis para os negócios serão certamente perdidos pelos departamentos, simplesmente por fazerem parte de um plano de negócios mais amplo.
Até o momento, poucas empresas brasileiras estão estruturando os dados provenientes de todos os canais de atendimento, de conteúdo e de interação. Isso precisa mudar. Sem uma visão consistente e completa da companhia, muitas equipes (de marketing e vendas, por exemplo) serão forçadas a confiar no instinto quando deveriam usar dados para tomarem decisões inteligentes e assertivas para os negócios.
Ainda que válidos, os esforços departamentais para a análise de informações estão longe de serem o suficiente para gerar o valor de longo prazo que é estratégico para as companhias. O gerenciamento de conteúdo e dados precisa ser integrado para fornecer uma visão única e verdadeira dos processos, incluindo informações autorizadas de clientes e do desempenho empresarial, combinando todas as fontes, formatos e variáveis possíveis. Por isso, vale dizer que esse gerenciamento só é possível com o uso de modernas plataformas de gerenciamento de dados, capazes de integrar informações e verificar a origem de cada registro.
As organizações que conectarem os dados como peças de um quebra-cabeças com os objetivos empresariais obterão grande sucesso. Por mais que os gestores do C-Level estejam se sentindo pressionados para gerarem novos resultados, a verdade é que eles só serão capazes de promover melhorias com a ajuda de sistemas de gerenciamento de conteúdo. Para sair da encruzilhada (ter dados, mas não saber como usar), é fundamental ter as ferramentas certas para ajudar a organização a seguir em frente.
* Paulo Padrão é Vice-Presidente Sênior & General Manager LATAM da ASG Technologies
INSCREVA-SE NO CANAL DO YOUTUBE DO VIDA MODERNA