Nenhum ônibus saiu das garagens de Curitiba nesta segunda-feira (26) depois de deflagrada a greve geral por conta de atrasos nos salários de trabalhadores do transporte público municipal. A manobra contraria decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no sábado, que determinava a manutenção mínima da frota no horário de pico.
Representantes do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) bloquearam as portas das garagens à meia-noite de segunda. “Trabalhador não é peão pra ser brinquedo na mão do patrão! 80% das empresas não pagaram em dia o Vale Salarial de motoristas e cobradores, muitas delas não têm nem sequer previsão de pagamento. As empresas jogam a culpa na dívida do governo do Estado. O trabalhador não tem nada a ver com isso. Pai e mãe de família que trabalha honestamente tem que receber seu salário em dia!”, afirmou o sindicato por meio de nota.
A administração municipal afirmou que a Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) registrou junto à Justiça o descumprimento a decisão. Fiscais de operação do transporte estão nos terminais, estações tubo e no Centro de Controle Operacional para acompanhar a paralisação. Somente as empresas Araucária Metropolitana e Reunidas mantiveram a frota nas ruas apesar da greve.
Transporte alternativo
Para minimizar os transtornos aos usuários, foi aberto o cadastramento de veículos para transporte alternativo. Os motoristas interessados apresentam documentos pessoais e do veículo. Após vistoria, o ônibus recebe o cartaz de identificação de veículo autorizado para o transporte de passageiros. O valor da tarifa é de R$ 6.
A autorização também é estendida para taxistas, mas a corrida deverá ser feita com o taxímetro desligado e o valor a ser cobrado por pessoa é o mesmo. Nesta manhã, a Urbs cadastrou 250 veículos alternativos – 240 carros e vans e dez microônibus. Outros 200 carros oficiais colocados à disposição da Urbs realizam o transporte gratuitamente.