Sebastian Stadil é um engenheiro de software na região perto do Vale do Silício (berço das empresas de tecnologia dos EUA) que estava amargando o final de um relacionamento amoroso. Como bom nerd que transforma números em soluções digitais, ele desesperou-se quando viu os péssimos resultados das abordagens comuns que fazia nos apps de namoro. Havia apenas 0,6% de retorno, com poucos encontros com mulheres e quase nenhuma perspectiva de encontrar um novo amor.
Fazendo mais cálculos, ele projetou: existem cerca de 3,4 milhões de mulheres na região da Baía de San Francisco. Boa parte delas devem estar no app Tinder, de namoro. É um bom público-alvo e as chances de gerar leads qualificados podem ser muito boas. Ele então resolveu criar um software que automatiza o xaveco para aumentar suas chances de sucesso.
Durante algumas noites mal dormidas ele criou uma forma de a tecnologia aproximar ele de seu novo amor. O software coletava perfis de mulheres, uma deslizada para a direita e as linhas de código cuidavam para agendar encontros em cafés e forneciam imagens e informações sobre o alvo.
Parecia bem OK tudo isso e Stadil colocou o treco para rodar. Ele abordou automaticamente 203 mil mulheres no Tinder. Isso representa cerca de 6% da população feminina da região da Baía de San Francisco.
Fracassado e pobre
É óbvio que ele não saiu com todas. O engenheiro marcou um primeiro encontro com 150 delas, o que é uma taxa bastante razoável. É mais crush do que muita gente terá ao longo da vida. Mas, no final do processo, Stadil suspirou “ainda estou solteiro”. E, em entrevista ao Washington Post, ele faz outro desabafo – “estou US$ 6 mil mais pobre”. O valor é cerca de R$ 19.500.
O coração partido perdulário só não vê seu trabalho como um grande desperdício porque aproveitou o momento para realizar um ensaio empírico de uma pesquisa que havia começado com outro colega. Stadil queria ver como se apresenta a diferença de sucesso em apps de namoro entre homens heterossexuais e mulheres da mesma orientação.
Segundo suas primeiras descobertas, as mulheres são mais seletivas. As chances de um homem hetero conseguir um namoro com mulheres heteros em um app desse tipo são cerca de 18 vezes mais complicadas, se comparadas com a intenção de mulheres conseguir homens.
O engenheiro se diz satisfeito com a experiência. Segundo ele, “é mais fácil usar o Tinder e apps assim para conseguir um primeiro encontro do que pedir uma pizza”. Mas isso está longe de significar um novo amor.
A história toda virou um prato cheio para antropólogos e conselheiros amorosos. Pode ainda definir o futuro desse tipo de app. O Tinder quer, já desde o ano passado, limitar a visualização e curtidas de perfis como forma de evitar spam e perseguidores (stalkers). O “Tinder Pago” parece adequado a situação vivida pelo engenheiro americano. Contudo, deverá levar em conta que há diferença entre gêneros – para homens heteros em busca de mulheres também heteros – essa complicação é 18 vezes maior.
Acesse os outros sites da VideoPress
Portal Vida Moderna – www.vidamoderna.com.br
Radar Nacional – www.radarnacional.com.br
–