… criação de cerca de 960 mil novos postos de trabalho, especialmente nas áreas de TI e ciência de dados.
“A ideia de que a implementação da Indústria 4.0 resulte na perda de muitos postos de trabalho tradicionais de produção no chão de fábrica é apenas uma parte da história”, diz Markus Lorenz, sócio do BCG e coautor do relatório. “Vendo pelo lado positivo, os avanços tecnológicos prometem beneficiar muitos trabalhadores, com uma perspectiva mais positiva sobre o mercado”, diz ele. Esses avanços irão criar muitos postos de trabalho em áreas como design de interface humana e manipulação de dados, por exemplo.
Além disso, através da implementação de tecnologias, tais como sistemas de assistência robótica e realidade aumentada, os fabricantes irão ajudar os profissionais a voltarem ao mercado de trabalho, especialmente aqueles que foram forçados a saírem devido à falta de entendimento e experiência.
O BCG produziu a pesquisa em parceria com o IoT Analytics, um fornecedor de soluções para a Indústria 4.0 e internet das coisas. Os autores analisaram os efeitos quantitativos da Indústria 4.0 na mão de obra industrial, estudando como o uso dos dez casos mais influentes dessas tecnologias afetarão a evolução de 40 grupos de cargos em 23 indústrias na Alemanha. Para compreender como cada uso afetaria o número de funcionários necessários em grupos de trabalhos específicos, os autores trabalharam com 20 especialistas do setor para analisar como o uso promoveria ganhos de produtividade para as funções existentes ou criaria novas oportunidades.
A mão de obra terá de manter o ritmo com as mudanças
A Indústria 4.0 irá promover mudanças significativas na forma como os trabalhadores executam suas funções, e novos grupos de trabalho serão criados, enquanto outros se tornarão obsoletos. A forma como a Indústria 4.0, especialmente a robótica, irá substituir o trabalho humano continua sendo questão de debate entre os especialistas. Os fabricantes usarão cada vez mais a robótica e outros avanços para ajudar os trabalhadores.
Isso significa que o número de empregos com atribuições físicas ou de rotina irá diminuir, enquanto o número de vagas que exijam respostas flexíveis, resolução de problemas e personalização irá aumentar. “Para ter sucesso em um local de trabalho em evolução, os trabalhadores terão que ser ainda mais abertos a mudanças, possuírem maior flexibilidade para se adaptarem a novos papéis e ambientes de trabalho, e se acostumarem com a aprendizagem contínua interdisciplinar”, diz Michael Russmann, sócio do BCG e coautor do relatório.
“Além de transformar a mão de obra, a Indústria 4.0 acelera a necessidade de novos tipos de habilidades de liderança e intensifica a competição por talentos em muitos países”, diz Rainer Strack, sócio sênior do BCG e coautor do estudo. Para dominar a variedade de desafios pela frente, as empresas precisam direcionar a atenção ao planejamento estratégico da mão de obra. Oferta e demanda de modelagem podem ser usadas para produzir uma análise de lacunas abrangentes que levante ideias sobre as medidas necessárias, tais como o desenvolvimento de pessoas, transferências ou terceirização, e adoção de novas metas de recrutamento, que as empresas devem empreender.
Educação e governo
As mudanças no perfil dos empregos têm implicações significativas para as indústrias, sistemas de educação e governos. Os autores oferecem recomendações aos líderes empresariais e políticos de como eles podem aderir a Indústria 4.0 e, assim, aumentar a produtividade e o crescimento da mão de obra industrial. As empresas precisam treinar seus colaboradores, renovar seus modelos de organização, e desenvolver abordagens estratégicas para o recrutamento e planejamento. Os sistemas de educação devem procurar fornecer conjuntos de habilidades mais amplas e fechar a lacuna iminente em habilidades de TI. Os governos podem explorar formas de melhorar a coordenação central de iniciativas que promovam a criação de emprego.
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