* Por Ralff Tozatti
Você já parou para pensar nas mudanças que o ensino superior brasileiro vem passando nos últimos anos? Diariamente somos impactados por anúncios de universidades em nossa vida cotidiana, seja nos outdoors pelos quais passamos em nossos deslocamentos, na mídia ou nas redes sociais. Se você pensar a respeito, certamente vai se lembrar de alguma propaganda que viu recentemente. Por trás disso está o crescimento de novos cursos nas faculdades e universidades no país nas últimas décadas.
Apenas entre 2006 e 2016, o número de cursos de graduação presencial no Brasil cresceu 53%, passando de 22.450 para 34.336, segundo o Censo da Educação Superior, do Inep. Isso se refletiu na alta do número de alunos matriculados no ensino superior, de 65%, e também no número de profissionais que ingressaram no mercado de trabalho, que em apenas uma década aumentou 53%.
Uma das áreas mais fortemente impactadas por esse crescimento acelerado foi o Direito, que desde 2014 é o curso de graduação no país com o maior número de estudantes. O número de cursos de Direito no Brasil subiu de 165, em 1995, para 1308, em 2016 – impressionantes 793%. Apenas para efeito de comparação, nos Estados Unidos há 280 cursos de Direito. Não por acaso, um levantamento da Ordem dos Advogados do Brasil contabilizou mais de um milhão de advogados no Brasil, em 2016, o que significa um advogado para cada 207 brasileiros, em média.
Como se não bastasse, ao mesmo tempo em que aumenta a disponibilidade dos serviços oferecidos por advogados liberais e pequenos escritórios, os processos diminuem de forma agressiva. Um exemplo disso é o levantamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que identificou que, um mês após as mudanças das leis trabalhistas, em dezembro de 2017, as ações protocoladas em primeira instância nos tribunais do Brasil caíram de 200 mil para 84,2 mil processos.
É assustador saber que, em apenas 30 dias, o número de processos caiu 58%. Contudo, em maio de 2018, segundo o Kurier, empresa que pesquisa e analisa o mercado jurídico, a queda destes processos diminuíram para 36%. E com todos estes dados é fato perceber que a mínima estabilidade deste mercado está longe de acontecer.
E, em meio a este cenário, de crescimento de advogados e queda na demanda, gera vantagem o profissional que souber usar a tecnologia para multiplicar o seu tempo, e assim aumentar os seus ganhos e a fidelidade de seu público. Atentos às transformações do mercado do Direito, marcas têm desenvolvido soluções para que os profissionais liberais, escritórios e departamentos jurídicos gerenciem de forma eficaz e segura todas as suas atividades, sem que precisem investir em serviços terceirizados ou aumentar o número de colaboradores.
Outra vantagem destas inovações é a praticidade de acompanhar, ao mesmo tempo, demandas simples ou complexas, que são adequadas às atuais normas fiscais e legislativas do país.
E, como o conhecimento técnico tem de fazer parte da formação de um advogado eficiente, estas soluções também permitem o acesso às publicações digitais de livros e recortes de textos, considerados de importância aos assuntos pesquisados pelos usuários. E, o melhor de tudo, estas tecnologias podem ser acessadas em qualquer lugar e momento, sejam via desktop, tablets ou smartphones, o que permite a real liberdade de trabalho e a busca por novos conhecimentos.
Com a ajuda de soluções baseadas em Inteligência Artificial, Big Data, entre outras tecnologias, hoje, os advogados podem se dedicar aos assuntos que exijam maior dedicação intelectual, transferindo as atividades operacionais e repetitivas para esses novos aliados dos profissionais: as tecnologias.
É certo que, em pouco tempo, outras soluções ainda mais eficazes surgirão para economizar o tempo, otimizar o processo de trabalho e o conhecimento destes profissionais. Sairá na frente o advogado que souber usar a tecnologia a seu favor!
* Ralff Tozatti é Diretor de Marketing da Thomson Reuters Brasil