* por André Navarrete
Um novo governo chega ao poder, embora ainda não definitivamente, com o acolhimento pelo plenário do Senado da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Michel Temer, que assume a presidência, terá um duríssimo desafio pela frente: uns dois, talvez três meses para reverter o descrédito dos empresários e consumidores na economia, a fim de que os negócios voltem a se aquecer.
Terá pouco tempo, mas uma grande base parlamentar, mais do que suficiente para aprovar reformas fundamentais ao país. Como milito há mais de duas décadas em tecnologia da informação, ouso fazer uma sugestão pública: dê prioridade à pesquisa e desenvolvimento, pois, sem isso, o Brasil continuará um grande exportador de commodities, porém não ocupará lugar de destaque nos produtos e serviços da nova economia.
É fundamental, também, criar uma via rápida para abertura e fechamento de empresas, a fim de que as boas ideias se transformem em mais oportunidades de trabalho e de melhores salários. Não conseguiremos reduzir a concentração de renda se continuarmos tratando mal os empreendedores, dificultando suas atividades com cascas de banana tributárias e fiscais.
Os jovens que estão se formando nas universidades devem ser convidados, atraídos a criar seus próprios empregos. Não podemos deixá-los desanimar pela escassez de vagas na iniciativa privada, que não decorre somente da crise – também é fortemente impactada pelas transformações que a tecnologia tem provocado nas atividades econômicas.
Temos todas as condições de ser uma potência de software, por exemplo, pois o brasileiro é extremamente criativo. Precisamos aproximar as universidades e centros de pesquisa do mercado produtivo.
Por que determinados locais do mundo se tornaram berçários de startups (grupos de pessoas que ousam e transformam ideias em negócios bem-sucedidos)? Porque o ambiente desses locais era e é favorável à inovação. Eu me lembro que, um dia, o computador pessoal foi uma ousadia fora do comum.
Quem tem vontade de criar e de fazer coisas, não pode ser tolhido por impostos e burocracia. Deveria receber todas as facilidades para ir em frente.
Pedras no caminho
O Brasil é muito grande para continuar patinando entre uma recessão e um voo de galinha na economia. Temos de gerar trabalho para os jovens, para que possam colocar em prática seus conhecimentos.
Se o presidente Michel Temer valorizar a pesquisa e o desenvolvimento, e retirar as pedras do caminho dos empreendedores, terá ajudado a mudar o país para melhor. As soluções estão bem perto de nós, desde que consigamos enxergá-las. Até agora, desperdiçamos tempo e dinheiro com ações que dão muito pouco retorno aos brasileiros.
* Presidente do Grupo de Gestores de TI (GGTI); vice-presidente da Associação dos Usuários de Informática e Telecomunicações de Pernambuco (Sucesu) e presidente do do Optimize Group
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