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Jiu-jitsu pode ser aliado na luta pelo bem-estar emocional



Uma pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) aponta que praticantes regulares de jiu-jitsu têm menor nível de estresse percebido e melhor percepção de qualidade de vida em comparação aos irregularmente ativos. O estudo reforça a importância de praticar esportes em um país em que 47% da população é sedentária, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

O ator Tom Hardy recentemente conquistou medalha de ouro em um torneio de jiu-jitsu na Inglaterra. Dois fatos chamaram atenção para além do prêmio: o astro de Mad Max e Batman se inscreveu de modo anônimo (usando o nome de batismo) na competição e, após a disputa, compartilhou um desabafo no Instagram. Em texto, ele revela que a prática de jiu-jitsu ajudou em sua “resiliência interior, calma e bem-estar”.

Tom Hardy integra uma organização britânica que promove a prática do jiu-jitsu como terapia para pessoas que sofrem de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e depressão. No Brasil, o jiu-jitsu também já foi aplicado como ferramenta terapêutica em usuários de um CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). Contando com pesquisadores da Unipampa (Universidade Federal do Pampa), o trabalho focou nos movimentos básicos e em técnicas realizadas de forma individual, não no combate. Como resultado, os pacientes relataram que se sentiram mais confiantes e com autoestima elevada. Também obtiveram melhora de autoimagem e consciência corporal.



Diego Shimohirao, CEO da Meu Kimono, e-commerce de artigos esportivos para artes marciais, endossa os benefícios do esporte para a saúde física e mental de quem o pratica. “Toda vez que fazemos exercícios físicos, liberamos endorfina e isso traz uma sensação de bem estar, reduzindo a ansiedade”, afirma.

Sobre a prática do jiu-jitsu em específico, Diego Shimohirao considera que “não deve ser vista sob a ótica violenta de ‘luta’ e sim como uma atividade física”. Ele aponta que, durante os treinos, a técnica é mais importante do que a força bruta. 

Atuando há mais de 10 anos no ramo, o profissional observa o movimento da busca do jiu-jitsu por perfis variados. “A procura por pessoas não atletas tem sido cada vez maior, onde o ‘bem-estar’ e ‘estilo de vida’ são os seus principais objetivos”. 

Um levantamento do Ministério da Saúde confirma que a procura por lutas e artes marciais como exercício físico cresceu no Brasil. O aumento foi de 109% entre 2006 e 2017. As modalidades estão atrás somente da caminhada, musculação e futebol. 

Atividade física com foco na saúde mental 

As diretrizes da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre atividade física e comportamento sedentário recomendam pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana para adultos. Em contrapartida, os benefícios são muitos: a atividade física regular pode prevenir e ajudar a controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer. Também contribuem para reduzir os sintomas de depressão e ansiedade e melhorar o pensamento, a aprendizagem e o bem-estar geral, ainda segundo a OMS. 

Neste sentido, a prática de uma modalidade esportiva pode ser o melhor método para manter a assiduidade necessária para a manutenção da saúde. “Definir a frequência e ter constância é a melhor forma de manter o equilíbrio emocional, pois, ao vestir um kimono e entrar no tatame, é preciso se ‘desligar’ da correria e focar a atenção no treino”, sugere Shimohirao.

O CEO da Meu Kimono salienta ainda as vantagens em relação à socialização que a prática promove, ponto que obteve mais relevância desde que o isolamento social tornou-se uma medida sanitária de controle à pandemia de Covid-19.  

“O contato com outros atletas também ajuda a desenvolver a parte social e emocional do atleta. O treino com outras pessoas acaba trazendo novas amizades, aumentando o companheirismo e melhorando o relacionamento interpessoal”, conclui.

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