O Brasil entrou na lista de países que foram tomados pela febre do game Pokémon Go. Desde o final da tarde da quarta-feira, 4 de agosto, os relatos de monstrinhos fofos caçados e gente saindo pelas ruas com os olhos grudados no celular aumentam nas redes sociais. Mas o CEO da criadora do app, John Hanke, da Niantic, crê que isso é só o começo. No futuro, imagina ele, as pessoas poderão erguer a cabeça e usar lentes de contato inteligentes para jogar.
Não dá pra dizer que o executivo está sonhando. Afinal, os relatórios de pesquisas de mercado sugerem que o jogo ultrapassa US$ 160 milhões em receitas diretas para a empresa e mais alguns bilhões podem estar rumando para negócios paralelos. E o app tem apenas cerca de um mês de lançamento e ainda não alcançou vários dos principais países.
Hanke parece saber alguns dos limites do jogo. O usuário ficar com os olhos grudados no smartphone é um deles. Notícias de tropeções, furto de aparelhos, atropelamentos e acidentes diversos enchem os noticiários. O executivo acredita que uma lente de contato inteligente, um wearable que está sendo desenvolvido por algumas startups e centros de pesquisa, que fosse conectada à internet, deixaria as pessoas mais livres para viver a experiência do jogo.
O Pokémon Go conseguiu uma façanha nessa vida digital que muitos levam. O game – ao contrário de quase tudo que foi inventado anteriormente nessa linha – tirou as pessoas de casa. Há gente revendo amigos, arrumando novos relacionamentos amorosos e visitando locais que jamais tinham botado o pé. As lentes de contato inteligentes permitiriam também uma nova visão, com mundos reais e virtuais misturados. E isso sem comprometer os músculos, nervos e postura dos usuários, que não precisariam mais ficar com a cabeça abaixada.
Buscando evolução
O executivo que se tornou uma celebridade da noite para o dia, assim como o jogo, disse em uma conferência de games e tecnologia que a equipe de 50 funcionários da Niantic passa noites discutindo como o app poderia melhorar. E eles parece saber o que fazem.
O Pokémon Go foi criado como uma evolução de outro jogo da empresa, o Ingress. Mas esse tinha um público menor. Era muito bem feito e considerado um cult entre os amantes da tecnologia. Na época, a companhia era um braço do Google e o executivo um dos líderes da gigante de buscas na área de mapeamento e geolocalização.
A decisão de deixar o Ingress mais Pop foi acertada e o acordo com a Nintendo, dona da marca do Pikachu e sua turma, foi rápido. Por isso, é bom anotar o que Hanke diz. O jogo criou um novo comportamento fora das telas e casas das pessoas. Uma lente de contato inteligente pode fazer todo o sentido.
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