Home Qualidade de Vida Mobilidade Marca de celulares de luxo é comprada por exilado político turco

Marca de celulares de luxo é comprada por exilado político turco



Um negócio aparentemente sem importância está movimentando o noticiário de tecnologia nesta segunda-feira, 13 de março. A marca de celulares de luxo Vertu foi vendida, por 50 milhões de libras inglesas (aproximadamente R$ 190 milhões), para o milionário turco Hakan Uzan, que é opositor do atual regime do presidente Erdogan.

A família de Uzan chegou a ser uma das mais influentes da Turquia, controlando jornais, redes de televisões, bancos e operadoras de telecomunicações mobile. Contudo, uma série de investigações sobre supostas práticas ilegais de negócios e corrupção minou o império da família há cerca de uma década. Os custos com ações judiciais e a imagem arranhada dos negócios causaram uma dívida de US$ 6 bilhões e a fuga de consumidores.

Os ativos foram assumidos pelo governo e a família fugiu da perseguição exilando-se. A França abrigou os Uzan. Mas o paradeiro de Hakan e outros membros do clã é desconhecido.



A compra da Vertu, conhecida por seus modelos de luxo que usam telas sapphire, cases de titânio e detalhes em couro trabalhado, ganhou destaque pela história da família e uma série de meandros curiosos.

A Vertu foi fundada pela Nokia em 1990 e funcionava numa pequena fábrica em Hampshire, na Inglaterra. Em 2012, com a decadência da marca finlandesa, foi vendida para o grupo de investimentos sueco EQT. A marca de celulares de luxo passou por mais mãos desde então.

Nessa segunda-feira, a Baferton Ltd., uma empresa baseada em Chipre, da família Uzan, anunciou que era a nova dona, adquirindo da Godin Holdings, um braço que havia sido criado poucos meses antes da aquhttps://www.engadget.com/2015/11/03/vertu-sold-to-chinese-company-godin/isição da Vertu e pertence a um conglomerado de empresas de Hong Kong.

Em uma reportagem de 2015, o site Engadget descobriu que a Godin Holdings pertencia a uma empresa maior, chamada Godin Tecnologia de Segurança para o Ciberespaço (em uma tradução do chinês) e estava trabalhando em um sistema operacional mobile próprio que pretendia ser o mais seguro já criado.

A família Uzan já se envolveu em brigas judiciais com a Nokia e a Mororola. Ambas as empresas investiram para fazer a operadora turca dos negócios da família ganhar destaque. A operadora Telsim, no entanto, foi acusada de práticas ilegais e o caso gerou uma pendência de US$ 818 milhões. A Telsim foi posteriormente comprada pela Vodafone.

Política e tecnologia
As telecomunicações exercem um papel oficial e paralelo fundamental na atual política turca. A última tentativa de golpe para derrubar o presidente Erdogan, em julho de 2016, foi descoberta pela espionagem feita no app de mensagens dos insurgentes. Algo que permitiu a retirada do presidente a tempo de ser escondido da série de atentados e bombardeios que se seguiram.

Erdogan já havia sofrido outras tentativas de golpe. Ele, que não é unanimidade entre a população e exerce um regime totalitário. Não raro, ele acusa opositores refugiados de incentivarem as tentativas de derrubá-lo. O atual regime turco também tenta a todo custo limitar a internet e o uso de apps de comunicação na Turquia. O país é um dos que mais censuram as comunicações digitais.

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