por Vaílton Beserra*
Há quem se lembre de um velho mantra, eternamente repetido pelos nossos pais: “Menino, apague a luz!” O alerta, comum a muitos lares, também faz todo o sentido no ambiente corporativo. Só nos últimos três anos, os prédios comerciais no País desperdiçaram R$ 13,16 bilhões em energia, estima um estudo da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia – Abesco -, publicado este ano.
No micro cosmos, em edifícios de escritórios de 25 andares, as despesas médias mensais com energia tipicamente chegam aos R$ 130 mil. A conta poderia ser significativamente menor não fosse… [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]
…o desperdício sistêmico e estrutural de boa parte das edificações.
A boa notícia é que, com um pouco de tecnologia e mudança de atitude, economias próximas a 50% na climatização de ambientes, por exemplo, e de até 85% na iluminação são factíveis. Essas metas estão à mão de todo bom gestor.
O manual básico de eficiência energética elenca entre os maiores vilões do consumo de energia em edifícios comerciais o sistema de ar condicionado obsoleto ou sem manutenção, as lâmpadas inadequadas e a prática de se deixar luminárias acesas desnecessariamente, assim como eletrônicos diversos, mantidos ligados, em modo standby. Nesse contexto, é fácil saber o que priorizar contra o desperdício.
Aparelhos de ar condicionados instalados em desconformidade com o INMETRO*** consomem mais energia do que o necessário. A revisão de todo o sistema, portanto, adequando-o às normas, não apenas é obrigatório, é sensato.
Da mesma forma, a manutenção periódica dos equipamentos, prevendo também a limpeza dos tubos do condensador, garante maior confiabilidade ao sistema, que consumirá menos energia.
Outra importante questão diz respeito à climatização de ambientes que demandem um esforço redobrado dos equipamentos. Ou seja, faz sentido, do ponto de vista da economia de energia, restringir e readequar, quando possível, projetos arquitetônicos que contemplem muitas áreas abertas para o ambiente externo. Já, os vidros externos devem dispor de um isolamento adequado à luz do sol.
Isto porque a mera aplicação de películas protetoras de janelas (insulfilm) ou em tetos envidraçados é capaz de reduzir substancialmente a demanda do sistema de climatização. E a adoção de divisórias baixas, ou de vidro, favorece a otimização da luz ambiente – tanto natural quanto artificial.
Quando o assunto são as lâmpadas, a tecnologia aponta obrigatoriamente para a utilização dos LEDs (light emitter diodes). Lâmpadas tubulares LED de 18 watts de potência produzem a mesma luminosidade de uma lâmpada fluorescente de 32 watts. Melhor ainda: seus sistemas iluminam e duram muito mais.
Há muito mais a ser feito em nome da economia de energia, sem gastar muito: a adoção de sensores de presença nos ambientes que não precisam de iluminação constante. Esses dispositivos mantêm as lâmpadas apagadas quando não há pessoas na área e, ao detectarem movimento, acionam a iluminação.
O gestor de um prédio também pode lançar mão de outro aliado: dispositivos que ajudam a identificar quanto está sendo gasto do insumo em cada ambiente, em tempo real, o que permite intervenções imediatas quando a demanda está descontrolada.
Resumindo: bastam planejamento, algumas medidas de bom senso e investimentos, os quais, aliás, se pagam rapidamente, no decorrer de dois a seis anos. O planeta agradece a conta de luz fica muito mais palatável.
*Vaílton Beserra é Coordenador Técnico de Eficiência Energética da ATME Eco Solutions
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