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Mesmo sem saber explicar, Microsoft aposta na computação quântica



A Microsoft anunciou uma série de novas ferramentas para desenvolvedores trabalharem com computação quântica. Você não sabe o que é isso? Não se aflija, você não está sozinho. O fundador da gigante de tecnologia não sabe explicar o que é, assim como o atual CEO também não. Tanto Bill Gates como Satya Nadella se enrolaram ao definir o que é computação quântica na apresentação das novidades, em uma entrevista ao Wall Street Journal.

É um fato curioso e que deve entrar para os livros de história da tecnologia nas próximas décadas.
“Eu conheço muita física e muito de matemática. Mas o único lugar onde tudo isso parece hieróglifo pra mim é a computação quântica. ”, disse Gates ao Wall Street Journal. Nadella não se saiu melhor. Quando perguntado se saberia explicar, ele disse: “não creio que poderia, mas eu gostaria”.

A falta de habilidade para explicar a computação quântica não deve atrapalhar os planos da empresa. Nessa semana, foi apresentada uma linguagem de programação específica para essa nova tecnologia e que interagirá com o Visual Studio, Além disso, a companhia adiantou que pretende investir pesado para criar um ecossistema quântico que una softwares e máquinas novas. Algo parecido com o que fez com os PCs+Windows e que foi responsável por tirar os computadores das salas de Centros de Processamento de Dados e colocá-los nas mesas de escritório, popularizando tudo que conhecemos.



A computação quântica é considerada um desafio enorme, embora os avanços tenham sido monumentais nos últimos anos. Há obstáculos a serem enfrentados. O Google tem projeto para essas novas máquinas, mas são extremamente caras e só a NASA está usando, e quase como um ambiente de testes. São os D-Wave, da empresa canadense de mesmo nome, e que ainda sofrem a agravante de só funcionarem a baixíssima temperatura, abaixo do zero absoluto na escala Kelvin, algo inviável para a ampla maioria dos possíveis clientes.

Mesmo assim, o projeto da Microsoft está longe do sonho. Já estamos falando em mercado, processos de fabricação e máquinas funcionando. Há alguns anos tudo era só teoria de como a computação quântica deveria funcionar.

Possibilidades
Os computadores e softwares que temos hoje são baseados em uma forma de programação de bits. Esses núcleos de informação são fáceis de explicar. Até crianças conseguem. Em lugar de letras e palavras, temos zeros e uns. O conjunto desses números vão formando as ordens que os programas e máquinas entendem e assim tudo que tem capacidade computacional funciona. Mas e a computação quântica? Bem, essa é mais complicada mesmo.

Na computação quântica, zeros e uns são zeros e uns… ao mesmo tempo. Isso não só multiplica por “n” vezes a capacidade de processamento como abre nova fronteira para futuras soluções de problemas graves atuais. Um deles é a segurança, acreditasse que uma criptografia quântica ficaria virtualmente impossível de ser quebrada. A previsão do tempo seria muito mais exata, assim como as projeções de cenários prováveis de mercado.

E se os executivos da Microsoft não sabem explicar o que é, eles sabem bem para que serve. Na entrevista ao jornal eles definiram bem o que pensam. “A questão é: qual é o próximo avanço que nos permitirá manter esse crescimento exponencial no poder de computação e resolver problemas – seja sobre clima, produção de alimentos ou descoberta de medicamentos? Eu acho que é aí que o quantum desempenha um papel”, disse Nadella. “É uma coisa natural para nós investir nisso, porque somos um dos maiores grupos na computação em nuvem, e pensamos nisso como nossa nuvem de próxima geração”.

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