A cruzada contra o consumo de conteúdo ilegal na internet tem avançado muito na última década. Com empresas oferecendo notícias, textos, vídeos, músicas e streaming ao vivo por preços econômicos, uma boa parte da população acostumou-se a pagar para informar-se e divertir-se. Mas essa prática parece ficar restrita aos adultos. Entre os millenials, jovens que hoje têm por volta dos 20 anos, o consumo de conteúdo de forma ilegal continua alto.
Um estudo da Anatomy Media descobriu que dois terços desse público preferem usar formas consideradas pirataria para consumir conteúdo na internet. Esse grupo também é usuário preferencial de bloqueadores de anúncios (adblockers), softwares que impedem que uma propaganda digital seja mostrada, o que interfere diretamente na principal fonte de receita de muitos portais pelo mundo afora.
O estudo foi realizado com 2.700 jovens entre os 18 e os 24 anos. Desse grupo, 69% admite recorrer a pirataria para ver conteúdos na internet. São mais de dois terços dos jovens, uma cifra impressionante. Mais surpreendente ainda é que 67% dos pesquisados acreditam que realizar essa prática não autorizada de consumo de conteúdos na internet é plenamente legal.
Torrent em declínio
O consumo de streaming (transmissões ao vivo on line) é de longe o modo de consumo preferido por esses usuários da pirataria, seja no ambiente de trabalho (42%) ou por meio de dispositivos móveis (41%). Por outro lado, o torrent, tecnologia que vai coletando pedaços de arquivos existentes previamente gravados em outros computadores, mostra um declínio e com preferência de apenas 17% neste grupo etário.
O fenômeno fez a consultoria Anatomy criar um polêmico termo para isso, os “streaminals”. Não é uma mistura de streaming e millenials, mas de streaming e criminals (criminosos, em inglês). A controvérsia sobre o consumo pirata na internet é ainda artigo de debate em muitos tribunais. Recentemente, nos Estados Unidos, juízes consideraram o consumo ou a divulgação de links sem objetivo de lucro fora do foco criminal. Deixando como ilegal somente o armazenamento de arquivos e uso dos links para gerar faturamento.
Bloqueadores
O estudo também mostra que dois em cada três millenials usam bloqueadores de anúncios, seja no desktop ou em dispositivos móveis. A consultoria adverte que há uma ligação entre os adblockers e a pirataria. Sites com conteúdo ilegal costumam ter anúncios saltando a todo momento e muitos deles remetem para sites falsos ou inserem malwares nos computadores.
Como conselho, a Anatomy aponta que isso não é o fim do mundo para criadores de conteúdos que dependem de anúncios. O uso de propaganda mais amigável e que consiga mostrar uma experiência nova ao consumidor pode reverter esse quadro facilmente. “Millennials aceitarão publicidade, desde que contida em seus desejos e direcionadas para algo que eles acreditem ser relevante”.
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