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Movimento Bem Maior e Santander debatem como aumentar as doações no Brasil



O Movimento Bem Maior e o Santander realizaram nesta semana o evento Legado, um encontro para promover e fomentar a cultura de doação no país. O evento contou com a presença de empresários, cidadãos e ativistas, como a diretora-executiva do Movimento Bem Maior, Carola Matarazzo; o presidente da CUFA, Preto Zezé; o médico Drauzio Varella; o apresentador Luciano Huck; o fundador da Cyrela e do Movimento Bem Maior, Elie Horn; o presidente do Conselho de Administração do Santander Brasil, Sergio Rial e do presidente do Santander Brasil, Mario Leão.

Na abertura do evento, o presidente do Conselho de Administração do Santander Brasil, Sergio Rial reforçou a importância da solidariedade, “Doar tem a ver com entrega, com algo que conversa com você. Doar não é projeto, não tem meio e fim, doar é para sempre. Não são causas que se limitam a um determinado projeto, são causas que de alguma maneira definem quem você é ou por aquilo que você acredita.”, disse o executivo durante o evento.

Para a diretora executiva do Movimento Bem Maior, Carola Matarazzo, o evento Legado foi fundamental para informar e provocar: “As pessoas estão ávidas por uma agenda positiva, apesar do dramático contexto social que o país vive. Um evento como este é uma oportunidade para ampliar a consciência e refletir sobre questões tão urgentes para a sociedade brasileira. Lotamos um teatro com mais de 700 participantes em uma tarde de segunda-feira, com empresários, formadores de opinião e lideranças sociais para fomentar a discussão sobre a cultura de doação no Brasil e buscar caminhos em conjunto para ações estratégicas”, pontuou Carola M. B. Matarazzo.



O fundador da Cyrela e do Movimento Bem Maior, Elie Horn, participou de uma conversa descontraída com o apresentador Luciano Huck. Durante o encontro, o empresário reforçou a importância de doar: “O que estamos fazendo é justiça social, não é nada mais que obrigação. Temos que fazer mais pelo social e deixar Brasília cuidar da política. Nós somos responsáveis pelo mal-estar dos pobres. Temos a obrigação moral, cívica e pública de fazer o bem. A voz silenciosa do bem tem que falar mais alto. Temos que exigir que Brasília respeite os direitos sociais e nunca haja retrocesso nesse sentido. Se a gente quer, nós conseguimos”, destacou Horn.

A filósofa e escritora Djamila Ribeiro, que estava entre os palestrantes, falou sobre a necessidade de não nos acostumarmos às diferenças gritantes no país. “O primeiro passo é não naturalizar as desigualdades. Quando vivemos com pessoas que têm a mesma realidade, fica mais difícil entender a vida daqueles que partem de um lugar de desigualdade, que não conferem as mesmas oportunidades para determinados grupos. Para quem tem condições de vida melhores é preciso ter consciência de que o país vai além da realidade dela. Para entender isso é necessário ouvir e ler aqueles que falam de um outro Brasil”, finaliza a acadêmica.

Além disso, Maurício de Almeida Prado, diretor executivo do Plano CDE, empresa de pesquisa, impacto e inovação, apresentou dados que demonstram como a camada mais pobre da população precisa muito mais de ajuda do que as pessoas pensam, que o direito à vida é desigual. De acordo com os dados apresentados, o Brasil ocupa a 54ª posição no ranking global de filantropia, numa lista composta por 114 países. Segundo a pesquisa, é possível doar mais. No Brasil, doadores mais ricos doam quantias três vezes menores que doadores mais pobres, proporcionalmente à renda. Faltam recursos para combater problemas sociais. Uma amostra disso é o fato de que a arrecadação das três esferas de governo, por habitante, no Brasil, é de R$ 900 mensais, valor insuficiente para custear necessidades básicas”, detalha Prado.

O diretor presidente do Instituto Tellus, Germano Guimarães, fez reflexões importantes sobre o desafio social que o Brasil tem pela frente. “Toda forma de doar é uma forma de fazer o bem, mas quanto mais investimento na resolução das causas dos problemas, mais perenes serão nossas transformações. Não existe fast-food social, pois os desafios são de longo prazo. No Brasil mudamos as prioridades de investimento com muita frequência, assim não conseguimos densidade, profundidade e perenidade de impacto”, explica.

O evento teve também a participação da filantropa americana, Peggy Dulany, do CEO do Santander, Mario Leão, da fundadora da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes, do superintendente do Instituto Rodrigo Mendes (IRM), Rodrigo Mendes, da empresária Patrícia Vilela e da Orquestra Sinfônica de Heliópolis, a primeira orquestra do mundo que surgiu de uma favela.

Movimento Bem Maior

Fundado em 2018, o Movimento Bem Maior (MBM) é uma organização social apartidária, sem fins lucrativos, que atua identificando, conectando e viabilizando importantes iniciativas de impacto social com o único objetivo de fortalecer o ecossistema filantrópico no Brasil. Por meio do investimento social, da mobilização de lideranças e da articulação intersetorial, o MBM contribui para a construção de uma sociedade mais inclusiva, mais diversa e com oportunidades mais justas para todos.

Para assistir ao evento: https://youtu.be/5tl7sgoGwSk

Acesso às apresentações do Plano CDE e Instituto Tellus: https://drive.google.com/drive/folders/0AMqBHBYoptqaUk9PVA

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