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Nextdoor, uma bilionária reunião de aldeias



Nada mais verdadeiro do que a frase do escritor russo Leon Tolstoi: “Se queres ser universal, fala da tua aldeia”, principalmente para os criadores da rede social Nextdoor. A startup criada em outubro de 2011 em San Francisco é o mais novo fenômeno bilionário dos negócios online – sua avaliação no momento chega a US$ 1,1 bilhão – ao interconectar pessoas que moram em 53 mil comunidades norte-americanas, bairros um pouco maiores do que os que vemos normalmente no Brasil, com informações relevantes.

Que tal saber exatamente onde um alfaiate que transforma calças sociais em bermudas está, encontrar um empalhador de cadeiras nas redondezas, o consultório mais próximo de um ortopedista, anunciar um bazar do tipo “família vende tudo” ou buscar o seu cão sumido? São outras muitas e vastas possibilidades de serviços, endereços úteis ou informações próximas de onde você mora… Excelente não?

Mas essa jornada, nesse nível de detalhe não é algo tão fácil assim. “Construir uma comunidade nesse modelo é muito, muito difícil”, aponta Nirav Tolia, presidente-executivo da Nextdoor, em entrevista recente ao jornal New York Times. “A confiança é essencial e é preciso ser original”. Ao todo, a rede social já abrange informações de usuários de 53 mil comunidades nos Estados Unidos e segue crescendo.



Gerador de negócios ilimitado
E, mesmo sem a empresa divulgar o número de usuários conectados, o seu potencial gerador de negócios é considerado ilimitado ao poder construir uma ponte sólida e eficiente entre usuários e serviços e produtos. Tanto é verdade que chamou a atenção de grupos de capital de risco que fizeram a nova rodada de levantamento de investimento ser uma das mais promissoras dos últimos anos, com um total amealhado de US$ 110 milhões, o que fez a avaliação atual do Nextdoor chegar aos tais US$ 1,1 bilhão.

O serviço da rede social parece ser uma versão 2.0 do Foursquare ou mesmo do Google Maps – alguns norte-americanos lembraram que a AOL também teve serviços com esse foco no passado -, entretanto, Tolia e sua sócia Sarah Leary, os fundadores da Nextdoor, acham que conseguiram estabelecer um diferencial dos concorrentes.

O pulo do gato é que as informações ou indicações de serviços, locais, produtos etc partem dos próprios usuários da rede social, cuja conexão é restrita a pessoas que moram na comunidade por meio do endereço de moradia e de sua identidade – que é verificada, como aponta o Nextdoor. Esse fator gera ainda a criação de líderes comunitários a partir da riqueza de informações geradas por eles.

Ao todo, são trocadas 5 milhões de mensagens. Sendo que desse total, algo como 1 milhão é de usuários fazendo recomendações e o restante é de trocas entre prestadores de serviços e empresas locais com consumidores. O próximo passo do Nextdoor, ainda em fase de testes, é monetizar essas “recomendações”. O que pode fazer de pequenas empresas e profissionais liberais, que normalmente não investem na web, potenciais anunciantes. Um mercado que tem como concorrente o Foursquare e mais recentemente o Facebook, mas não com o mesmo potencial.

Como complemento, até mesmo a gestão das cidades norte-americanas começa a se beneficiar do serviço. São 650 agências governamentais, além das prefeituras nas quais estão inseridas as comunidades presentes no Nextdoor, usando a rede social para emitir alertas ou postar informações sobre os serviços públicos, emergências ou mesmo crimes em andamento.

E, prepare-se, depois de conquistar os Estados Unidos, a tendência é que o Nextdoor ou seus emuladores cheguem ao Brasil, incentivados pelo rico potencial gerador de negócios. No entanto, como prova a matriz, sua implementação é algo que exige muito cuidado, esforço e alto investimento para dar certo.

 

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