Por Carlos Eduardo Sedeh *
Assim como em outros setores, os produtos de Telecom já foram de prateleira, com um baixo grau de flexibilidade, em que se escolhia dentre os serviços de telefonia fixa, móvel, TV paga e acesso à Internet, dentro de um menu fixo de oferta. [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]
A única customização era a escolha da velocidade ou dos planos de canais. Agora, a massificação do uso de cloud computing, IoT (Internet das Coisas), big data e o aumento exponencial da escala das empresas e serviços digitais transformaram o perfil de consumo de internet e tecnologia das empresas.
Mais do que um “pacote de internet”, a exigência por personalização já é uma realidade e requer adaptação por parte das operadoras. Hoje, o caminho é vender soluções com um conceito vertical, oferecendo uma série de serviços e produtos por meio de rede de fibra óptica – de acordo com a necessidade do cliente, desenhando a oferta mais aderente.
Para se ter uma ideia, este ano, segundo a consultoria IDC Brasil, o mercado de telecomunicações brasileiro deve crescer 0,7% em receitas, puxado pela demanda por serviços de dados.
Já o segmento de TI pode ter expansão de 5,8% devido ao maior investimento em nuvem e softwares – o setor de Telecom, mesmo com o uso de redes e o aumento significativo do trânsito de informações, nos últimos anos, não tem sido eficiente para capturar esse valor criado.
A tendência do cloud mudou drasticamente dois conceitos: a necessidade de hardware, que diminuiu muito, e a transformação da topologia das redes, que passaram de centralizadas a descentralizadas.
Ou seja, aquela capacidade de processamento que precisava estar dentro do data center, agora está na nuvem. Isso transformou o mercado porque as integradoras, agora, necessariamente precisam de rede para entregar soluções.
Por isso, conectividade, por exemplo, é importante. Mas, além da experiência de navegação e da transmissão de dados, a segurança e a gestão de rede são imprescindíveis para que uma companhia mantenha seu alto padrão de funcionamento.
Assim, os projetos precisam ser customizados para cada cliente corporativo, sejam empresas ou operadoras de comunicações, levando em consideração o tamanho da operação, as necessidades de conexão e armazenamento de dados. Isso proporciona não só uma operação mais ágil, mas, também, econômica.
O conceito de embarcar soluções na rede de fibra óptica será mandatório no cenário de enfrentamento do coronavírus – uma variável totalmente desconhecida, que prostrou o mundo e vai materializando, a cada dia em que ficamos confinados, um “novo normal”, muito mais digital e conectado.
Acredito que essa crise, repito sem precedência, vai acelerar as empresas que estão em processo de inserção da transformação digital a adotá-la, em menor tempo possível, para que continuem gerando valor em seus negócios principais, usando as informações para melhores decisões e análises preditivas, em tempo real, e focadas em seus clientes.
Além disso, as empresas começam a entender que seus colaboradores podem ser tão, ou até mais, produtivos trabalhando remotamente, precisam pensar, cada vez mais, em projetos, etapas, e não no trabalho como algo contínuo.
As tarefas necessitam ter começo, meio e fim, além de serem medidas para que a qualidade da entrega não seja afetada. Aplicar recursos no que a empresa realmente precisa é imprescindível, ainda mais em tempos de crise.
Por isso, para as operadoras é essencial não ser só uma provedora de rede e infraestrutura, e sim, proporcionar soluções e protagonizar essa revolução no modo como colabora com seus clientes, oferecendo o que eles precisam, na medida exata e na velocidade necessária.
* Carlos Eduardo Sedeh é CEO da Megatelecom
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