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Novo espaço em São Paulo busca facilitar acesso a alimentos orgânicos



Quem disse que alimentos orgânicos e produzidos de forma ética precisam ser restritos apenas à camada da população com melhor poder aquisitivo? Para provar que é possível facilitar o acesso a frutas, verduras, legumes e outros alimentos produzidos sem o uso de…[read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]

…agrotóxicos e sem crueldade animal, uma associação sem fins lucrativos de São Paulo quer abrir um espaço onde possa oferecer preços mais baixos do que os cobrados no mercado tradicional.

O espaço, chamado de Projeto Vegânica, está sendo planejado para funcionar próximo ao metrô do Butantã, na região oeste da cidade. No país considerado o maior consumidor mundial de agrotóxicos, além de ser um lugar para se praticar uma forma diferente de consumo, mais consciente, o principal propósito da iniciativa é tornar mais democrático o consumo de produtos orgânicos, ainda inacessíveis para a maioria da população.

Segundo uma pesquisa do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), realizada entre abril e maio de 2017, apenas 15% da população afirmou consumir alimentos orgânicos regularmente. Dos 85% que não o fazem, 41% citaram os preços como o principal motivo que impede o acesso a esses tipos de alimentos.



“Acreditamos que um mundo melhor, somos nós que fazemos. E queremos fazer a nossa parte. Por isso, estamos montando uma proposta em que todos – nós, os produtores, consumidores, os animais e o meio ambiente – são beneficiados”, explica Stela Silva, uma das idealizadoras da proposta.

Para tornar os preços mais acessíveis, o Projeto Vegânica fará parcerias com pequenos produtores, microempreendedores ou com quem tenha serviços a oferecer. A proposta é cobrar pelos produtos o mesmo preço pago a esses fornecedores (incluindo, quando houver, taxa de frete ou tributos interestaduais), acrescido de um percentual fixo para garantir a manutenção do local.

“Com esse formato, que não visa o lucro, poderemos oferecer um preço menor do que é cobrado no comércio tradicional. Queremos fortalecer a economia local, atuar em um modelo mercadão, com espaços integrados, onde cada um leva sua sacola de compras, as pessoas se encontram, conversam, as crianças brincam, e onde a sustentabilidade seja aplicada em sua totalidade”, acrescenta Stela.

Com experiência no comércio de produtos orgânicos e veganos, a empreendedora se uniu a Ilza Lima e Sílvia Sakuma e, juntas, fundaram uma associação sem fins lucrativos, o Instituto Vegânica. No começo de 2018, elas começaram a movimentar e reunir uma rede de pessoas alinhadas com conceitos como economia solidária, sustentabilidade, alimentação consciente e colaboração. A ideia é somar todo tipo de ajuda, inclusive de consumidores que poderão se beneficiar do Espaço, para colocar o projeto em prática ainda no primeiro semestre de 2018.

“Um negócio baseado apenas no lucro não faz mais sentido em um mundo tão desigual. Queremos criar conexões positivas, envolver produtores, consumidores, microempreendedores e contribuir para inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo. Quem sabe, em um futuro próximo, cada região de São Paulo e de outras cidades Brasil afora possam ter um lugar assim”, explica Silvia Sakuma.

Produtos e serviços em troca de apoio
Para conseguir juntar o investimento inicial necessário para a abertura do espaço, o Projeto está oferecendo cursos, produtos e serviços em troca de apoio. Entre os cursos oferecidos estão o de produção de cosméticos naturais, de manutenção de bicicletas, de tratamento capilar sem o uso de ingredientes químicos, de produção de alimentos em pequenos espaços, de produtos de limpeza naturais, de bordado, de produção de brotos e outros.

Entre os produtos ofertados para quem apoiar o Projeto estão cestas de orgânicos, almoços veganos, kits de produtos de beleza naturais, mapas astrológicos e outros. Também estão sendo oferecidas palestras e aulas sobre alimentação saudável, minimalismo, saúde e medicina homeopática, upcycling, planejamento de uma vida sustentável, empreendedorismo feminino, yoga para adultos, gestantes e crianças, além de outros. Valores e demais informações sobre os cursos, produtos e palestras podem ser conferidos neste link.

Projeto já existe em versão itinerante
O modelo de economia do Projeto Vegânica planejado pelas três mulheres já vem sendo posto em prática com sucesso em um evento itinerante, chamado Expo Vegânica, realizado na capital paulista desde 2016. A última edição ocorreu no último dia 3 de fevereiro, no Centro Cultural Butantã.

“Nesse formato, o Vegânica conseguiu auxiliar microempreendedores a escoarem suas produções de maneira efetiva, possibilitando preços mais acessíveis ao público que passava pelo evento. Nossa proposta é dar continuidade a esse modelo, mas agora em um local fixo, e agregando várias iniciativas voltadas para o fortalecimento de uma rede de economia solidária” destaca Stela Silva.

Além do Expo Vegânica, o Projeto chega para se unir a outras duas iniciativas já instaladas na cidade de São Paulo e que também têm o propósito de democratizar o acesso a alimentos produzidos sem agrotóxicos. São eles: o Instituto Chão, localizado na Vila Madalena, e o Instituto Feira Livre, no centro da cidade.

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