O estudo anual “Mercado Brasileiro de Software – Panoramas e Tendências” da ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) em parceria com o IDC (International Data Corporation) mostra que o Mercado Mundial de Software e Serviços atingiu, em 2016, o valor de US$ 1.096 bilhões. Os investimentos em Softwares e Serviços no Brasil alcançaram a marca de US$19 bilhões, em 2016, colocando o país na 9ª posição no ranking mundial. Quando avaliados separadamente, o mercado doméstico de Software obteve um crescimento de 0,2%, em relação a 2015, com US$ 8,475 bilhões. Já o mercado doméstico de Serviços registrou um aumento de 2%, com um total de US$ 10,227 bilhões.
Pela primeira vez, o estudo traz a análise e evolução percentual de utilização das três principais tendências do setor de Tecnologia da Informação: Computação em Nuvem, Internet das Coisas (IoT) e Big Data. “Com a Transformação Digital impactando tão fortemente os negócios, achamos importante trazer para o estudo dados das principais tecnologias e seus impactos no Mercado”, afirma Jorge Sukarie, presidente do conselho da ABES.
Em 2016, o mercado de computação em nuvem teve expansão de 47,4%, tendo como base os dois principais serviços do setor (SaaS e PaaS). Os investimentos nesse tipo de licenciamento passaram de US$ 506 milhões, em 2015, para US$ 746 milhões no ano seguinte.
De acordo com a pesquisa, o modelo de utilização que mais cresceu foi o de Aplicações Colaborativas, onde a utilização em nuvem ultrapassou o licenciamento tradicional representando em 2016, 53,3% do mercado – aumento de 133% em comparação ao número registrado em 2013. As aplicações que apresentaram segundo maior crescimento foram as de CRM, onde, apesar do licenciamento tradicional representar a maioria do mercado, a utilização em nuvem saltou de uma participação de 20,8%, em 2015, para 27,5%, em 2016.
Outro destaque é a ampla expansão da Internet das Coisas (IoT), que apresentou crescimento de 27,8% e atingiu investimentos de US$ 6 bilhões, sendo que, no Brasil, os principais casos de uso estão em Monitoramento de Frota, que investiu US$856 milhões, seguido por Smart Grid, com US$ 631 milhões. “IoT está intrinsecamente conectada com a reinvenção dos negócios como conhecemos hoje. Esse é um tema tão relevante que há discussões no governo para identificar áreas em que o Brasil pode se destacar dentro de IoT e, com isso, poder estabelecer formas de apoio à pesquisa, desenvolvimento e inovação”, comenta Jorge Sukarie.
Na outra ponta desse processo está a análise dos dados para que possam ser usados em aplicações nas mais diversas áreas. Apesar do crescimento de Big Data e Analytics seguir em velocidade mais lenta com aumento de 3,2%, somou US$ 809 milhões, em 2016. “Dificilmente, quando se vai a uma empresa de qualquer setor da economia, não se consegue identificar uma aplicação em que não se encaixe uma solução de Big Data e que se consiga gerar resultados que possam agilizar a tomada de decisões, tornando-as mais assertivas e trazendo maior produtividade e competitividade”, aponta Sukarie.
Por setores
O setor da economia que mais investiu em Software, em 2016, foi de Serviços e Telecomunicações (investimento de US$2,5 bilhões e crescimento de 3,6%, em relação ao ano anterior), enquanto o que mais reduziu investimentos foi o de Finanças, com queda de 2,9%, mas que ainda é responsável por 24,5% da participação do mercado frente a 26,6% de Serviços e Telecomunicações. Em terceiro lugar, vem a Indústria que, com investimentos na ordem de US$ 2 bilhões, tem participação de 21%, seguida por Comércio, Governo e Óleo/Gás, representando 11,9%, 4,5% e 3,9%, respectivamente. Já a Agroindústria apresentou redução de 1,5% nos investimentos em Software, mas a coleta recorde de grãos prevista para 2017 deve reverter esse quadro neste ano.
Atualmente, o Mercado de Software e Serviços conta com 15.707 empresas, sendo 11.237 delas dedicadas ao desenvolvimento e à comercialização de software e 4.470 dedicadas aos serviços de TI. Dentre as 4.872 empresas dedicadas ao desenvolvimento de software, mais de 95% são consideradas de micro ou pequeno porte, ou seja, com menos de 99 colaboradores.
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