A última semana de novembro de 2017 entrará certamente para os livros que contam a história da tecnologia. Pela primeira vez desde que surgiu, há nove anos, a moeda digital bitcoin ultrapassou a barreira de US$ 10 mil. Um marco para investidores, empresários em busca de financiamento, público que deseja uma forma garantia de ganhos e cibercriminosos que querem dinheiro fácil. Mas a volatilidade da criptomoeda ainda preocupa e já começa a se falar em bolha especulativa.
Foi na terça-feira, 28 de novembro, às 8:30h, que a moeda digital chegou na cotação de U $ 10.025,96 , subindo 21% desde a sexta-feira anterior, de acordo com o site de pesquisa financeira CoinDesk. Um aumento no valor de mais de 10 vezes, registrando o maior ganho de todas as classes de ativos.
Para se ter uma ideia, durante o ano o índice S&P 500 subiu 17%. Não foi um período diferente para outros ativos a Dow Jones Industrial Average saltou 21%, o ínidce Nikkei 225 da bolsa japonesa subiu 18% e o ouro cresceu cerca de 13%. Muito da valorização da criptomoeda está ligado a sua chegada ao mundo comum. Ela deixou de ser coisa de fanático de computação e sua tecnologia (a blockchain) começou a ser testada por diversas empresas.
Em 2017, as bitcoins viraram um investimento interessante para agentes do mercado financeiro. O ano também marcou diversas oscilações, uma divisão da moeda (em agosto, com a bitcoin e bitcoin cash), meia dúzia de invasões com roubos milionários em sistes de câmbio, notícias sobre gente que mantinha computadores poderosos para “fabricar” bitcoin (mineradores) e mais de uma notícia por semana de cibercriminosos pedindo resgate em bitcoin após contaminarem computadores de empresas e governos com ransomwares.
Bolha?
Enquanto empresas olham para a tecnologia blockchain e investidores aproveitam a alta, alguns analistas apontam para a possível bolha especulativa. A revista financeira The Economist, ao analisar o boom apontou que “há mais de um bom motivo para começar a mexer com bitcoins”. No entanto “o principal por agora é sua alta” e nada mais.
“Podemos ver um grande e espetacular desastre novamente”, acrescenta o professor de negócios da Universidade de Cambridge, Garrick Hileman, em entrevista à BBC.
A moeda virtual chega, com essa alta histórica, a um momento de popularidade jamais visto entre as criptomoedas. Mesmo se tudo for uma bolha, e ela estourar, há quem acredite que as bitcoins farão parte de nossas vidas daqui pra frente. “O futuro da bitcoin ainda é incerto; ela enfrenta os mesmos sérios desafios técnicos que tem há anos e tem uma forte concorrência de outras blockchains mais recentes e sofisticadas. Mas, mesmo que isso aconteça, é evidente que o bitcoin está aqui para ficar”, pontua Solomon Lederer, diretor de blockchain da LOOMIA, uma empresa de tecnologia wearable e tokens, quando entrevistado pela Reuters.
A bitcoin surgiu em 2009 por iniciativa de um desconhecido programador que aparentemente gostava de economia e contabilidade. A moeda é viabilizada por uma tecnologia chamada blockchain (cadeia de blocos de dados criptografados), que permite que valores sejam transacionados entre os usuários com confiabilidade. Cada elo da cadeia é também uma autoridade que certifica que o valor existe e pode ser trocado.
A bitcoin pode ser fabricada nos próprios computadores. É um processo demorado e que consome muita energia, memória e processador. Até por isso, cibercriminosos estão injetando códigos em computadores alheios para que fabriquem bitcoins para eles, de graça. E, embora exista gente que lotou galpões com máquinas para esse fim, o jeito mais fácil de conseguir bitcoins continua sendo comercializar algo e receber em moeda virtual.
Curiosidade: a primeira transação com a moeda virtual foi a compra de uma pizza. Custou 10 mil bitcoins. Hoje, com a cotação atual, seria possível comprar diversos iPhone X, o último modelo de smartphone da Apple, seja lá em qual país for e com qualquer cenário de economia em frangalhos e moeda local desvalorizada.
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