Por Paulo Kulikovsky *
Por muito tempo, o mercado financeiro era visto com desconfiança e receio por grande parte da população. As complicadas transações bancárias e as taxas geralmente mais caras afastavam as classes mais simples, dificultando o acesso das pessoas a serviços importantes. Contudo, nos últimos anos, o cenário mudou. A evolução da tecnologia possibilitou o surgimento das fintechs, empresas que combinam finanças com recursos tecnológicos e que apresentam soluções que desburocratizam o setor no dia a dia. Agora, é possível encontrar boas opções para controlar nosso dinheiro e, principalmente, facilitar nossas compras e pagamentos.
O mercado para essas organizações está em expansão no Brasil. A pesquisa Fintech Deep Dive 2018, realizada em parceria entre a ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs) e a consultoria PwC Brasil, indica que 95% das companhias esperam aumentar suas receitas, sendo que dois terços buscam um crescimento acima de 30%. A perspectiva é a melhor possível: ainda há um espaço considerável para as startups desenvolverem serviços inovadores, ao mesmo tempo em que a população começa a utilizá-los em sua vida.
Mesmo assim, algumas mudanças já são notadas pelas instituições financeiras. A principal delas é justamente a questão de segurança. As pessoas estão migrando do dinheiro em espécie para formas mais seguras de armazenamento e transferência de valor. Além disso, a tecnologia permite, cada vez mais, a realização de transações à distância. Esta prática fortalece a conexão entre as pessoas e os produtos que elas buscam, potencializando o mercado financeiro como um todo e aumentando a confiança no setor.
Além disso, a popularização das soluções mais simples e práticas ajudam no empoderamento e no controle financeiro das pessoas. Quanto mais acesso elas tiverem a serviços práticos e transparentes, melhor será a organização da renda familiar e menor o risco de endividamento. A função da tecnologia é facilitar ao máximo a vida dos usuários, o que implica no desenvolvimento de recursos que realmente atendem as demandas do público-alvo da empresa.
Assim, esse cenário vai impactar principalmente os profissionais que trabalham na área. A tecnologia está em constante transformação, o que faz com que a curiosidade e a vontade de aprender sejam os pontos mais importantes de quem trabalha com fintechs. O colaborador deve estar aberto a aprender coisas novas e estudar bastante, principalmente seus clientes. Ele tem que estar sempre de olho no mercado, nas tendências e nas novas tecnologias. Para isso, deve contar com o apoio das próprias empresas por meio de estrutura para que possa pesquisar e evoluir com o setor.
É inegável a força que a tecnologia possui em nossas vida. Seja no trabalho ou no lazer, dependemos de soluções que otimizam o nosso dia a dia. Com as finanças não é diferente. A tendência é que, nos próximos anos, utilizaremos cada vez mais os serviços rápidos e fáceis disponibilizados pelas fintechs. Ainda que muitas pessoas não tenham contas em instituições bancárias, é possível controlar e organizar seus rendimentos graças a essas empresas.
* Paulo Kulikovsky é CEO da Acesso