Eleição de Donald Trump, saída da Grã Bretanha da União Europeia, ascensão do racismo, crises políticas e outras confusões pelo mundo afora estão sendo jogadas na conta do Facebook e sua força para distribuir notícias falsas ou propositalmente deformadas. A maior rede social do mundo tem sido cobrada para que faça alguma coisa que evite tanta desinformação e o CEO Mark Zuckerberg começou a definir os planos para isso.
Em post publicado em seu perfil na própria rede social, o executivo explicou que está definindo novas diretrizes com programadores e aconselhando-se com especialistas. “Consideramos a desinformação algo sério. Nossa meta é conectar as pessoas com as histórias que têm mais sentido para elas e sabemos que elas querem informação certeira. Estamos trabalhando nisso há algum tempo e levamos isso muito a sério. Avançamos, mas há muito a ser feito”, escreveu no post.
Zuckerberg tem evitado usar o termo “notícias falsas” e tem preferido se referir ao problema usando a palavra “desinformação”. Outra base de seu discurso fica evidente no post. O CEO do Facebook não se considera o culpado da disseminação de notícias falsas. Para ele, as pessoas pelo mundo todo estão querendo consumir isso e a rede se torna somente uma difusora disso. “Historicamente, contamos com a nossa comunidade para nos ajudar a entender o que é falso e o que não é. Qualquer pessoa no Facebook pode denunciar um link como falso. Usamos sinais desses relatórios junto com uma série de outros para entender quais histórias podemos confiantemente classificar como Desinformação”.
Admitindo que os problemas para melhorar isso são complexos, Zuckerberg adianta alguns dos progressos que o time de desenvolvedores estão criando para serem colocados o mais rápido possível no ar. Detecção mais forte e mais rapidez e facilidade para denunciar uma notícia falsa são as primeiras medidas que ele aponta. Mas, como o próprio executivo aponta no texto, o problema tem características sociais e filosóficas.
O que é uma notícia falsa para uns, é a verdade que faltava na vida de outros. Há uma grande preocupação quanto ao conteúdo político atualmente, mas textos falsos sobre alimentos milagrosos e produtos infalíveis circulam pelo mundo antes sequer do Facebook ter sido criado. Na internet, ainda há a ironia e o humor dos memes. Como separar tudo isso? É a partir desse ponto que as coisas precisam melhorar.
Interesse econômico e checagem
Para tentar arrumar a casa nesse aspecto, o CEO do Facebook admite que usará a checagem de terceiros. Ele não aponta quais nem quando. Vários noticiários novos pelo mundo todo têm ganhado espaço simplesmente por realizarem um trabalho de checagem de notícias publicadas (fact-check). No Brasil, o jornal Aos Fatos e o Nexo, além da agência Lupa, fazem esse tipo de trabalho.
Os planos apontam ainda uma proximidade maior com jornalistas e especialistas (provavelmente em comunicação de massa).
Outra ação do Facebook deve ser, segundo aponta o executivo, uma fiscalização maior quanto aos interesses financeiros envolvidos nas notícias. “Muita desinformação é conduzida por uma questão financeira”, aponta. De fato, várias notícias falsas são espalhada porque as pessoas não compram só aquilo como verdade, mas compram produtos ou ações de uma empresa (ou se desfazem delas) acreditando em coisas que não existem.
“Algumas dessas ideias vão funcionar bem, outras não. Mas eu quero que saibam que sempre levei isso a sério”, finaliza Zuckerberg.
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