Os dispositivos IoT (do inglês Internet of Things – Internet das Coisas) existem para facilitar cada vez mais nossa vida. De forma sintetizada, são aparelhos incorporadores a softwares, sensores e outras tecnologias que conectam e trocam dados com outros dispositivos pela internet, e podem ir desde ferramentas industriais sofisticadas, como sensores de agricultura, a objetos domésticos, como termostatos e fechaduras inteligentes.
Seu uso tem se tornado cada vez mais frequente no Brasil. Dados da consultoria IDC apontam que o país tem cerca de 300 milhões desses dispositivos em operação no país. Porém, como é infelizmente o caso com maior parte das aplicações tecnológicas de hoje em dia, um uso cuidadoso tem que ser feito para evitar golpes e outras complicações.
“Um assistente virtual, com os oferecidos por Amazon ou Google, se tornam mais úteis quanto mais aplicativos e dados ele gerencia. Mas o problema está exatamente aí”, afirma Lierte Bourguignon, CSO da ISH Tecnologia. O especialista aponta que todas as informações pessoais de qualquer usuário compartilhadas com um dispositivo desses estão potencialmente em risco em uma situação de invasão e/ou ataque.
Os números reforçam o alerta da empresa de cibersegurança. De acordo com a Kaspersky, o primeiro semestre de 2021 viu um número impressionante de 1,5 bilhão de ataques aos chamados “smart devices”, o que representa um crescimento de mais de 100% em relação ao semestre anterior, que por sua vez também já registrou um alto número dessas ocorrências, com mais de 639 milhões de incidentes. Dados pessoais e criptomoedas foram os alvos “preferidos” dos invasores.
Para Bourguignon, a equação é das mais básicas: “Quanto mais cresce o interesse dos usuários nesse tipo de tecnologia, mais os olhos de cibercriminosos se voltam a esses tipos de ataques”, diz. Ele ainda ressalta que o esquema de home-office e trabalho remoto propicia um ambiente “ideal” para essas invasões, com os dados corporativos dos usuários muitas vezes também sendo compartilhados com os smart devices.
O primeiro dos cuidados a tomar para evitar vazamentos de dados e invasões é exatamente com a voz, um dos grandes facilitadores oferecidos por esses aparelhos. “Gravações suas podem ser roubadas por alguém mal-intencionado. É preferível que você não o faça, mas se for estritamente necessário, muito cuidado ao compartilhar com essas máquinas senhas e dados bancários”, sugere Bourguignon.
Dentre as outras sugestões para proteger seu dispositivo IoT, estão algumas “protocolares” para o bom uso de qualquer aparelho tecnológico, como evitar baixar aplicativos de procedência suspeita, atualizar o hardware sempre que possível e utilizar senhas difíceis de serem descobertas. “Pensando no uso corporativo, é fundamental também priorizar soluções de cibersegurança que contemplem ecossistemas IoT que, como vemos, estão cada vez mais integrados na nossa rotina”, conclui o executivo.
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