Pesquisa apontou a cura do zumbido crônico, com duração de 3 meses a 40 anos, a partir de diferentes tratamentos
Por anos, a ideia de que zumbido no ouvido era incurável foi sustentada pela comunidade médica e científica. Depois de relatarem o desconforto com o zumbido aos seus médicos, as respostas mais comuns recebidas pelos pacientes nos consultórios eram sobre…[read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]
…o desconhecimento das causas e a impossibilidade da cura, até mesmo da melhora. Com o tempo, algumas medidas paliativas foram sendo tomadas para tentar recuperar a qualidade de vida, mas sempre mantendo a impossibilidade de cura.
Atualmente o zumbido no ouvido já atinge quase 40 milhões de brasileiros, segundo estimativa do Instituto Ganz Sanchez, primeiro centro brasileiro especializado no tratamento de Zumbido, Hiperacusia, Misofonia e Distúrbios do Sono, tratando-se de um aumento expressivo em relação aos 28 milhões estimados há quase 20 anos.
Os principais incômodos para quem tem zumbido, que pode ser comparado ao som de apitos, chiados, cigarras, são: insônia, falta de concentração na leitura e no trabalho, ansiedade e depressão, levando ao isolamento social. Causado por problemas muito comuns no dia a dia que afetam os ouvidos, como a exposição a ruído (baladas e fones de ouvido) e a ondas eletromagnéticas (celulares), por erros alimentares (jejum prolongado, abuso de cafeína, doces e gorduras), o zumbido vem crescendo e acometendo todas as idades, inclusive crianças e adolescentes.
Uma pesquisa realizada pela Profa Dra. Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela USP, e apresentado recentemente no I World Congress of Tinnitus, ocorrido em maio de 2017, em Varsóvia, Polônia, demonstrou os primeiros 50 pacientes brasileiros que já conseguiram a cura do zumbido. O método envolveu entrevistas escritas e gravadas com pacientes que já passaram pelo Instituto Ganz Sanchez para o tratamento e que não apresentaram a reincidência do sintoma.
Com o tempo, a pesquisa expandiu-se para familiares ou amigos desses pacientes e para pacientes de outros profissionais de saúde. “Para serem incluídos na pesquisa, os pacientes precisavam ter apresentado zumbido diariamente por pelo menos 3 meses – e conseguimos pessoas que o tiveram por 40 anos – de qualquer causa e que já estavam curados há pelo menos 6 meses – e conseguimos pacientes com mais de 10 anos de cura”, detalha a Dra. Tanit, Fundadora do Instituto Ganz Sanchez.
Segundo a médica, a cura desses primeiros 50 pacientes ocorreu por diferentes estratégias. A maioria relacionou a cura com “melhora dos hábitos alimentares, medicação, técnicas de terapias manuais e aparelhos auditivos convencionais. Uma minoria atribuiu a cura à espiritualidade, ao poder da mente e à orientação médica”, detalha Tanit, que permanece trabalhando para buscar mais evidências sobre os tratamentos que estão levando algumas pessoas à cura.
Resultados da Pesquisa:
Amostragem
50 pessoas com idade entre 14 a 89 anos de idade (média de 53,78 anos), sendo 72% do sexo feminino.
Duração do Zumbido
3 meses a 40 anos (média de 5,83 anos), sendo assim crônico.
Período de Cura
As pessoas que apresentavam a cura tinham zumbido de 6 meses a 37 anos, perfazendo uma média de quase 10 anos. Além disso, 60% fizeram apenas uma ou duas tentativas de tratamento, o que sugere que existe um subtipo de zumbido mais fácil para a cura.
Incômodo
Na escala de 0 a 10 de incômodo, 80% dos pacientes já o considerava em nível alto, com notas entre 7 a 10. Apresentavam ainda alterações no sono, na concentração, no equilíbrio emocional ou na vida social.
Tipos de zumbido
58% apresentavam um zumbido do tipo tom puro (apito, cigarra, grilo etc). Todos apresentavam algum outro sintoma além do zumbido, sendo do próprio sistema auditivo (perda auditiva, ouvido tampado, intolerância a sons ou tontura), ou do sistema somatossensorial (dor de cabeça, no pescoço ou na articulação temporomandibular) ou do sistema digestivo (jejum prolongado, abuso de doces ou cafeína).
Audiometria
52% tinham audiometria normal nas frequências de 250 a 8000Hz.
Tratamentos descritos como curativos nesses pacientes
Medicação (42%), técnicas de terapias manuais (10%) e aparelhos auditivos convencionais (6%). Um número menor de pessoas atribuiu a cura à espiritualidade, ao poder da mente, ao aconselhamento médico etc.
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