Seja para voltar ao mercado, conquistar mais autonomia ou simplesmente reforçar o caixa e tentar driblar a crise, a verdade é que milhares de brasileiros vêm investindo tempo e dinheiro para abrir o negócio próprio. E a maioria o faz por necessidade – segundo o Sebrae, 11,1 milhões de empresas foram criadas nos últimos 3,5 anos no Brasil por esse motivo. [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]
A maior parte dos candidatos a empreendedor, além de renda, quer juntar o útil ao agradável – ou seja, também almeja ter mais liberdade em sua vida. Isso demonstra bem como o empreendedorismo ainda é visto de forma um tanto romântica no Brasil. Isso porque, ao contrário do que se imagina, ter a própria empresa pode significar muito mais tempo dedicado ao trabalho e muito menos tempo disponível para a família, por exemplo. Vendo isso, o Paypal encomendou uma pesquisa para traçar um perfil do empreendedorismo no País.
“Pesquisas como esta são fundamentais para que possamos conhecer melhor as razões que levam as pessoas a empreender. Como uma companhia que investe constantemente para fortalecer o e-commerce e facilitar a vida de quem compra e vende produtos e serviços, o PayPal viu com ótimos olhos o fato de sua plataforma de pagamentos eletrônicos ser citada por tantos brasileiros que já fazem parte desse universo”, diz Thiago Chueiri, diretor de Desenvolvimento de Negócios do PayPal Brasil.
Quais as principais diferenças existentes entre esses dois perfis? Que importância atribuem a cada etapa do planejamento de abertura de uma nova empresa? Onde buscam ajuda? E quais as maiores dificuldades de se empreender no Brasil? Foram diversas as questões formuladas pelos entrevistadores, e algumas respostas surpreenderam.
O estudo foi dividido em duas etapas: a primeira ouviu pessoas que, de fato, já empreendem. E a segunda teve como foco homens e mulheres que nutrem o sonho de empreender.Os principais resultados você pode ver abaixo:
Para empreendedores que já tem empresa aberta
– Quando o assunto é encontrar um bom parceiro para tocar o negócio, mais da metade dos entrevistados que já têm empresa (51%) escolheram familiares como sócios. E outros 29% elegeram amigos.
– O estudo concluiu também que o conceito de multicanal (ou seja, estar presente em diversos canais ao mesmo tempo) vem movendo a maioria dos empreendedores. Cerca de 42% dos entrevistados afirmam ter loja física e online, enquanto 38% dizem ter apenas a versão física e outros 20% apenas a versão virtual.
– Quanto ao modelo de negócio, 34% investiram em uma empresa B2C (que vende diretamente ao consumidor final). Já 24% vendem para o varejo; 8% são marketplaces; 7% são B2B (vendem apenas para outras empresas); e apenas 3% focam na exportação.
– Questionados sobre as motivações que os levaram a empreender, 57% afirmaram que viam a empresa própria como a chance de ter mais liberdade e autonomia; para 53%, era uma oportunidade para crescer; 35% queriam deixar de ser funcionários e se tornar chefes; 19% citaram a frustração com o mercado de trabalho tradicional; 18% não viam outra saída para frear a crise; 17% queriam melhorar o Brasil; e 16% queriam gerar impacto social/disruptivo no mundo.
– Se 19% dos entrevistados juram que não investiram nem um centavo na empresa, a maioria (39%) diz ter colocado pelo menos R$ 10 mil do próprio bolso. Cerca de 13% investiram entre R$ 11 mil e R$ 20 mil; 12%, entre R$ 21 mil e R$ 50 mil; e 8% entre R$ 101 mil e R$ 500 mil.
– Considerando o período entre a idealização da empresa e sua abertura oficial, 56% dos pesquisados pela MindMiners garantiram que o processo levou menos de um ano; outros 21% disseram que levou entre 1 ano e 3 anos; 15%, entre 3 anos e 5 anos; e 8%, mais de cinco anos.
– Entre os medos mais recorrentes, ter de fechar a empresa porque ela “não deu certo” é um cenário que assusta 52% dos entrevistados; outros 38% temem não conseguir um investidor para ajudar a alavancar o negócio; e 21% têm medo de entrar em atrito com os sócios e/ou parceiros.
– Cerca de 28% dos pesquisados afirmaram que, se recebessem uma boa oferta de emprego, deixariam a empresa própria de lado; outros 43% não abandonariam a empreitada. E 61% concordam que o sucesso do negócio depende deles mesmos – mais do que qualquer outra pessoa envolvida.
– Na hora de buscar ajuda externa para tocar a empresa, 51% garantem ter procurado orientação no Sebrae; 21%, na associação do setor de sua atuação; e 20%, em órgãos relacionados ao governo, universidades e faculdades.
– Sobre os meios de pagamento que pretendem disponibilizar a seus clientes, 28% dos empreendedores entrevistados dizem buscar informação nas próprias empresas de meios de pagamento e com amigos e familiares; 26%, com os sócios; 22%, com parceiros; e 19%, em grupos de empreendedores.
– Em relação aos meios de pagamento já aceitos pela empresa, 62% delas trabalham com cartões de crédito; 58%, com cartões de débito; 47%, com boleto; e 41%, com PayPal. Entre as empresas que ainda não dispõem de meios eletrônicos de pagamento, 28% delas querem disponibilizar PayPal a seus clientes; 24%, cartões de crédito; e 21% cartões de débito.
Para empreendedores que ainda não abriram sua empresa
– Entre aqueles que ainda não se decidiram pela aventura do empreendedorismo, a MindMiners descobriu que 66% pretendem ter negócio próprio para poder ter mais liberdade e autonomia em suas vidas.
– Destes futuros empreendedores, 20% pensam em criar uma empresa de tecnologia; 17% ainda estão em dúvida sobre o setor de atuação; 11% pensam em abrir um comércio ou um restaurante/bar/lanchonete; e 7% responderam que pretendem abrir uma empresa de engenharia.
– 51% querem ter loja física, além de um e-commerce; 20% garantem que terão somente espaços físicos; e 10% pensam em empreender apenas no mundo online.
– Quando questionados se já têm conhecimento sobre o setor em que pretendem atuar, uma surpresa: 52% responderam que “não”. E 68% ainda não investiram em nenhuma pesquisa de mercado. Neste último item, a razão é inversamente proporcional quando a pesquisa questionou os já empreendedores: 67% deles investem em pesquisas para conhecer o consumidor
– 22% deles dizem ter até R$ 10 mil para investir em um negócio próprio; 44% ainda não sabem quanto terão para gastar; e 9% dizem ter em caixa entre R$ 21 mil e R$ 50 mil para tornar a empresa realidade.
– Nesse universo de pesquisados, 64% ainda não buscaram ajuda para iniciar o negócio, mas quem o fez procurou, principalmente, o Sebrae (19%), universidades e faculdades (13%) e bancos (7%)
– O que mais atrasa a tomada de decisão para abrir o negócio próprio? Para 49%, a falta de capital; outros 18% citam a falta de conhecimento sobre empreendedorismo; 14% dizem não ter tempo; e 12% se dizem inseguros para tomar a decisão.
“A pesquisa tem como objetivo servir como fonte importante de informação para todos os stakeholders envolvidos com o universo do empreendedorismo. Conhecer os motivos que levam homens e mulheres a investir (ou não) no sonho do próprio negócio é fundamental para que possamos desenvolver soluções mais eficientes e auxiliar esses brasileiros a alcançarem o sucesso. Isso passa pela necessidade de conhecer bem o processo de criação de uma nova empresa, desde a fase da ideia até sua abertura efetiva. Compreender as dores e desafios de cada uma dessas etapas cria uma série de oportunidades para quem deseja atuar junto a esse mercado e contribui para o desenvolvimento de um país economicamente mais dinâmico” – Danielle Almeida, gerente de Marketing da MindMiners.
O estudo foi realizado entre os dias 31 de agosto e 11 setembro de 2017 e contou com respondentes que já empreenderam da base exclusiva da MindMiners, empresa especializada em pesquisa digital – reunida na rede social de opinião MeSeems.
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