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Pesquisa mostra que influenciadores digitais, celebridades, políticos e ativistas tem baixa influência na carreira dos jovens



Figuras públicas como Kéfera, Neymar, Eduardo Suplicy ou Kim Kataguri têm pequena influência na carreira dos jovens. É o que mostra o recente levantamento produzido pela Page Talent (unidade de negócios da Page Personnel dedicada ao recrutamento de estagiários e trainees) e Inova Business School sobre tendências, relações de trabalho, atração e contratação de jovens profissionais. De acordo com a pesquisa, as pessoas que mais inspiram a geração Z (nascidos a partir da década de 90) são Steve Jobs, Jorge Paulo Lemann e Silvio Santos.  [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]

“Na era dos influenciadores digitais, anônimos que traçam tendências e ícones de relevância passageira, o nosso espectro de influência é extremamente amplo. Para o público que está imerso em diversas plataformas e aparelhos todos os dias, tornou-se ainda mais difícil identificar quem é o melhor porta-voz para esta geração”, analisa Manoela Costa, gerente-executiva da Page Talent.

O estudo Carreiras em transformação foi realizado em abril e maio deste ano, contando com a participação de 4.093 candidatos a programas de estágio e trainee e 310 representantes de RH de empresas de diversos setores e portes. A pesquisa tem como objetivo estimular a reflexão e o debate de profissionais de Recursos Humanos sobre o futuro da contratação, retenção e gestão de talentos para as empresas e como podem se adaptar a uma nova geração de trabalhadores.

O levantamento mostra que o primeiro posto de pessoas que podem inspirar essa geração foi justamente ocupado por ausência de referências. De acordo com o estudo, 10% dos respondentes apontaram ninguém como referência. Na segunda posição aparece Steve Jobs (8%), seguido por Jorge Paulo Lemann (5%), Silvio Santos (4%), Barack Obama (3%), Jesus Cristo (3%), Bill Gates (3%), Flávio Augusto da Silva (3%), Elon Musk (2%) e Mark Zuckeberg (2%).



“Essa lista traz resultados surpreendentes. Por se tratar de uma geração amplamente conectada, esperávamos até que outros nomes mais ligados ao dia a dia desses jovens aparecessem na pesquisa. Isso mostra que essa turma procura para suas carreiras a inspiração de pessoas ligadas à inovação, empreendedorismo e sucesso. Pretendem aprender algo com eles e que os motivem a trilhar uma carreira mais vitoriosa”, explica a executiva.

Profissionais e familiares têm alta influência em rumos de carreira
Outro ponto de destaque refere-se à influência de figuras que cercam a vida dos jovens e impactam suas decisões na busca por emprego. A nota três é a máxima, enquanto a nota um a de menor intensidade. De acordo com as respostas, empreendedores de sucesso (2,50) e inovadores de sucesso (2,47) são os dois maiores influenciadores para os jovens. Logo em seguida está a mãe (2,45), acompanhada por executivos de sucesso (2,42), professores/mentores (2,41), amigos (2,21), pesquisadores de sucesso (2,19) e o pai (2,18). Na outra ponta, listados aqueles com menor influência, figuram as celebridades (1,28), influenciadores digitais (youtubers e blogueiros, por exemplo – 1,54), líderes políticos (1,54) e as redes sociais (1,90).

“Dois tipos de referências convergem a curva de influência de um jovem: figuras inatingíveis, como exemplos de sucesso e história, e figuras familiares que possibilitam troca, sejam de informações, experiências ou opiniões, mas que essencialmente abrem espaço para a troca e que tenham interações quentes e reais com o jovem. Conhecendo melhor quais são as visões reais de influências dessa turma, e considerando os pontos já apresentados pelo estudo, concluímos que a aproximação ao jovem está além das impressões”, conta Manoela Costa.

Jovens elegem a “empresa dos sonhos”
A pesquisa procurou saber dos jovens candidatos as características da estrutura e cultura das empresas onde trabalham, da mesma forma que expusessem quais características teriam a empresa ideal de se trabalhar, caso pudessem construí-la. Idealmente, os jovens gostariam que as empresas tivessem em seu DNA a preservação da qualidade de vida de seus colaboradores (68%), compromisso com a inovação e tecnologia (28%) e representassem caráter de cuidado e responsabilidade social (48%) e ambiental (29%).

“Não são programas e posicionamento inovador que fazem completa diferença. Mesmo em termos de estrutura física, os jovens afirmaram idealizar empresas dos sonhos em espaços mais corporativos ou co-working spaces na mesma proporção”, detalha a executiva.

O que os jovens desejam e a realidade encontrada nas empresas
Um outro ponto do levantamento quis entender quais são os principais atrativos em uma oportunidade de emprego. A pesquisa revela que o plano de carreira estruturado lidera essa lista, com 61% de indicações. O índice é superior ao valor do salário ou bolsa auxílio, com 45%.

Ainda assim, independente dessas variáveis e alto grau de aderência dos jovens a serem mais fiéis a companhias e desenvolvimento dentro delas, 65% deles não veem possibilidades claras de crescimento nas empresas onde trabalham -traduzida pela baixa efetivação de estagiários no mercado de trabalho. De acordo com os profissionais de RH participantes da pesquisa, apenas 44% afirmaram efetivar até 30% do seu contingente de estagiários. A principal justificativa foi a falta de headcount na estrutura (66%).

De acordo com os profissionais de Recursos Humanos, as características mais valorizadas em jovens estagiários são a boa relação interpessoal e desenvoltura na comunicação (53%), personalidade ativa e mão na massa (44%), dedicação (30%) e uma faceta versátil que o permita transitar e ter visão de atividades diversas (30%).

“Não à toa, 74% dos nossos respondentes que hoje trabalham como estagiários gostariam de ser efetivados, assim como mais de 39% desejam permanecer na companhia em que trabalham por mais de dois anos. Esse cenário coíbe a visão de continuidade dos jovens nas empresas em que atuam e também refuta o desejo de construção de times dos RH por meio do crescimento orgânico, desde a fase inicial da carreira ou mesmo de um depósito de talentos interno”, conta a gerente.

Gestor ideal x gestor atual
O estudo Carreiras em transformação pediu aos jovens que elencassem as três principais características que os atraem em um gestor, além de questionar, para aqueles que estão trabalhando, apontar os pontos mais marcantes dos profissionais que os gerem. Os resultados apontaram:

“A primeira impressão nos indica que os jovens buscam gestores menos presos ao operacional diário e que trabalhem com altas ambições e ritmo. Esta projeção claramente também está ligada a quem estes jovens gostariam de se tornar quando tomarem a cadeira de gerente. Buscar realizar, transitar com facilidade e transparência, de maneira livre e rápida. Não há demérito algum os gestores terem sido reconhecidos como agentes, mão na massa, mas são pessoas capazes de expor bem feitorias e visão ampla de um horizonte aqueles que enchem os olhos desta nova geração e podem estar ligados a um mentor de sucesso que os pode levar ao mesmo caminho”, finaliza Manoela Costa.

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