Na avaliação de especialistas, o mercado informal e a comercialização de produtos piratas representam um retrocesso ao desenvolvimento do Brasil e a sua participação e consolidação no cenário internacional. Isso porque os números relacionados à pirataria em âmbito nacional ainda estão acima da média global. “No setor de TI a cópia ilegal de um sistema ou software inviabiliza a remuneração dos fabricantes para investirem na melhoria dos produtos. Todos perdem com isso. Observamos a diminuição nas ofertas de empregos na área e as instituições federativas não arrecadam. O resultado é que as empresas estrangeiras e nacionais não se sentem seguras para investir em tecnologias e no desenvolvimento de novos produtos”, aponta Gustavo Rodrigues, arquiteto de Soluções.
Para Rodrigues, as empresas de Tecnologia da Informação devem garantir as boas práticas no atendimento dos clientes, assegurando a transparência na aplicação das soluções e softwares. “É necessário que nossos clientes peçam a certificação dos fabricantes, pois garante que as normas contratuais sejam seguidas. Cabe a nós dar essa orientação, buscar esse respaldo nas documentações, além de resguardar e garantir a idoneidade e utilização adequada dos produtos. Trabalhamos com as principais e maiores companhias do ramo, como a Microsoft, Amazon, Oracle, VMware, Commvault e Targit BI. Esses nomes ajudam a fortalecer nossa marca, mas o poder aquisitivo de algumas empresas em relação aos preços de softwares nos afasta de um cenário mais favorável. Nem todos estão dispostos a pagar pelos custos de sistemas legalizados e não possuem consciência de que a pirataria pode ser um barato que sai caro no final”, diz.
Investimento
Magno Souza, diretor técnico de uma empresa de projetos de instalações de sistemas prediais, explica que a pirataria contribui também para a concorrência desleal entre as empresas. “Nos últimos anos, investimos mais de R$ 200 mil na atualização de sistemas. Esse valor tem que ser diluído em nossos serviços e encarece nosso trabalho. O problema é que esse fato não possui efeito direto para os clientes, que na maioria das vezes não procuram saber se nossos programas são legalizados”, pontua.
Souza esclarece que o investimento em software é contínuo, pois a maioria precisava de renovação periódica. “Hoje, a maioria dos sistemas operacionais são alugáveis, exigindo investimentos cíclicos. Um exemplo é o Revit da Autodesk, software para a arquitetura criado dentro do conceito de Modelagem das Informações de Construção (BIM). Só com ele são cerca de R$ 6 mil por ano. Há situações em que os gastos são em todos computadores e por isso chega a custar R$ 45 mil”, enfatiza.
“Somos uma empresa que busca a excelência de dentro para fora. Todos os setores devem estar alinhados com a qualidade na entrega do trabalho, sem saltar nenhum processo. A preocupação com os softwares também significa ser responsável com as informações da empresa, que podem sofrer ataques por causa da utilização de softwares piratas. O backup dos dados também é uma prática na companhia”, finaliza Souza.