O dicionário Oxford acaba de escolher a palavra mais importante de 2016. A vencedora é…. pós-verdade. Ela foi usada 2.000% a mais no ano e tem ajudado a entender fenômenos como a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA e o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia). O termo, classificado como um adjetivo, define circunstâncias nas quais os fatos objetivos são irrelevantes e o mais importante é a crença pessoal dos leitores de notícias e consumidores de conteúdos em geral.
Em outras palavras, é a força da notícia falsa ou exagerada sendo compartilhada pela internet e ganhando mais espaço do que a verdade objetiva e o fato apurado. De acordo com a comissão que faz a escolha, o aumento impressionante do uso do termo ocorreu justamente durante a eleição de Trump e na votação do Brexit. Contudo, políticos, seus apoiadores fanáticos, sites de escândalo e exageros que faturam com cliques e publicidade têm adotado a pós-verdade como produto bom para divulgar e ganhar dinheiro.
A notícia desinformativa e sem limites de ética é, inclusive, a nova briga de gigantes da internet como Google e Facebook, mostrando que a escolha da palavra do ano está, no mínimo, adequada ao momento.
O termo existe há cerca de duas décadas, sendo inicialmente usado em 1992 em um texto da revista The Nation para definir a crise de notícias falsas no escândalo Irã-Contras, durante a Guerra do Golfo. Posteriormente, foi adotado o meio acadêmico e em complicadas teses de teorias da comunicação. “Com o avanço das mídias sociais como meios de transmissão de notícias importantes e de grande público, a pós-verdade vem encontrando seu fundamento linguístico há algum tempo”, explica Casper Grathwohl, presidente da Oxford Dictionaries.
Sem concorrência
A vencedora de 2016 não teve concorrentes. Outras duas palavras analisadas que poderiam ser escolhidas não mostram tanto peso para explicar fenômenos mundiais e tiveram uso praticamente localizado. Uma delas era “brexiteer”, que é como foram rotulados os apoiadores do isolamento econômico do Reino Unido. A outra era “hygge”, um termo da cultura dinamarquesa para explicar a criação de um ambiente para a busca das coisas boas da vida, com pessoas queridas por perto.
No ano passado, a palavra escolhida foi o ‘emoji’ chorando de felicidade. Pela primeira vez, não foi uma palavra, mas um símbolo.
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