Por Luciano Morais *
As diversas tecnologias da Indústria 4.0, como robótica, Internet das Coisas, manufatura aditiva, sistemas ciber-físicos, impressoras 3D, dentre outras, estarão cada vez mais presentes no cotidiano industrial. A Alemanha, que está à frente desta revolução, tem investido 20 bilhões de euros/ano nesta área. No Brasil, para estimular a chamada Indústria 4.0, o governo disponibilizou um pacote de incentivos que prevê mais de R$ 10 bilhões em crédito, financiados pelo BNDES, Finep e Banco da Amazônia.
A partir desta nova realidade, as formas de trabalho serão alteradas, então empresas e pessoas precisarão pensar à frente da curva tecnológica, além de fazer o uso intensivo das novas plataformas, só assim se manterão competitivas. De acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em 20 anos, espera-se que 18% das indústrias instaladas no Brasil se adequem ao conceito.
Por meio da digitalização de dados e da Internet das Coisas, máquinas são conectadas a uma rede de computadores por sensores e dispositivos, possibilitando a centralização e a automação da produção. Mais do que isso, a nova revolução interliga máquinas e pessoas em um sistema de produção inteligente, que reduz horas paradas, melhora o desempenho produtivo, otimiza as operações, diminui o desperdício e promove o controle total do negócio.
Falando em gestão e controle, o Big Data Analytics, por exemplo, é uma das tecnologias fundamentais para identificar falhas nos processos da empresa. O banco de dados em nuvem auxilia na interpretação das informações em diferentes áreas, melhora a qualidade da produção e torna mais eficiente a utilização dos recursos produtivos. O mais interessante de tudo isso é que o gerenciamento de tarefas e o processamento de dados passa a ser feito em tempo real, atendendo todas as questões estratégicas da empresa.
Os benefícios se estendem para além da indústria, graças ao uso inteligente dos recursos materiais e humanos, a quarta revolução industrial traz ganhos sustentáveis. Contudo, é importante frisar que, junto com eles, virão os desafios, a começar pela mudança de cultura organizacional e atualização tecnológica. A Indústria 4.0 necessita, ainda, de modernização na cadeia de suprimentos, de conexões agéis e seguras, redes interligadas e infraestrutura adequada para suportar a tecnologia.
* Luciano Morais é Director of Business Unit FH,