A compra do LinkedIn pela Microsoft deve entrar numa discussão judicial graças a movimentações da empresa de software para marketing e atendimento ao cliente, a Salesforce. O diretor Jurídico da companhia, Burke Norton, anunciou que entrará nas cortes de concorrência da União Europeia apelando para que o negócio seja bloqueado. Ele alega que o controle de dados dos usuários da rede social pela fabricante do Windows seria anticompetitiva.
A Microsoft comprou a redes social com cunho corporativo Linkedin, em junho, por US$ 26,2 bilhões. A aquisição foi saudada como um passo audacioso de Satya Nadella, CEO da Microsoft, em busca de uma renovação da empresa em um mercado cada vez mais dependente de informações de usuários, relacionamento digital e canais para comunicação digital.
O LinkedIn nunca foi uma rede social de grandes explosões de crescimento nem de incontestável saúde financeira. Contudo, também nunca viveu crises devastadoras. Seu crescimento sempre foi constante, embora sempre pequeno. Sua grande vantagem é a característica corporativa que assumiu, o que fez a rede se destacar de concorrentes como o Facebook e o Twitter. Por isso, sempre foi visto como uma compra interessante.
A Salesforce era apontada como uma das possíveis compradoras e, pouco antes da Microsoft anunciar a aquisição, especulações davam a empresa como nova dona iminente do LinkedIn.
Batalha prometida
A argumentação do diretor jurídico da Salesforce pode ser facilmente acatada e iniciar uma briga judicial nas cortes antitruste europeias. No começo do ano, a chefe do Conselho de Competição da UE, Margarethe Vestager, já se posicionou sobre a importância dos tribunais olharem com mais cuidado as compras de empresas de dados por outras como forma de obter ganhos de mercado que limitam a concorrência.
“Proposta de aquisição da Microsoft do LinkedIn ameaça o futuro da inovação e competição”, disse Norton em um comunicado nesta quinta-feira. “Ao adquirir a propriedade do conjunto de dados exclusivo do LinkedIn de mais de 450 milhões de profissionais em mais de 200 países, a Microsoft será capaz de negar aos concorrentes acesso a esses dados, e em fazer assim obter uma vantagem competitiva injusta.”
A Microsoft não deixou por menos e o diretor Jurídico Brad Smith foi enfático ao responder, lembrando que a Salesforce é quase onipotente em um mercado que também trabalha com dados. “Estamos comprometidos em continuar trabalhando para trazer mais concorrência de preços para um mercado de CRM no qual a Salesforce é dominante e cobra dos clientes preços bem altos.”
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