Se antes da pandemia da Covid-19 as transformações digitais já caminhavam aceleradamente, agora elas correm a passos largos. De acordo com uma pesquisa da International Data Corporation (IDC), os investimentos em transformação digital tiveram alta de 15,5% em 2021. A expectativa é de que até 2023, os investimentos mundiais em tecnologia por parte das empresas cheguem a US$ 6,8 trilhões, uma cifra maior do que o PIB do Brasil.
Por isso é de se esperar que surja, a cada ano, ao menos uma ou duas novas tecnologias que certamente irão revolucionar o dia a dia das pessoas. Mas antes de chegar ao grande público, profissionais e empresas que trabalham diretamente com ferramentas digitais precisam estar sempre muito bem inteirados das últimas tendências desse segmento, para justamente estudarem e saber seus usos possíveis.
Para Andreyve Melo, engenheiro civil, a rapidez com que surgem novos recursos tecnológicos e o impacto que eles causam no cotidiano das pessoas têm sido cada vez maiores. “Se antes você percebia uma revolução digital a cada cinco anos, hoje isso ocorre a cada dois anos ou mesmo de um ano para outro”, afirma.
Uma das principais novidades que prometem impactar fortemente no comportamento das pessoas é o conceito do Metaverso, que nada mais é do que um avanço enorme para as possibilidades de uso da ferramenta de realidade virtual. “Essa possibilidade de uma enorme plataforma mundial de realidade virtual irá revolucionar negócios, o entretenimento das pessoas, suas interações pessoais e toda a internet”, avalia Andreyve.
Mas além do Metaverso, ao longo dos próximos meses, algumas novidades e mesmo aprimoramentos de tecnologias já existentes prometem revolucionar ainda mais as nossas experiências digitais. A seguir, Andreyve e Gabriel Caixeta, administrador de empresas, comentam sobre algumas dessas tendências tecnológicas que já são realidade e devem ganhar força em 2022:
Inteligência Artificial
Apesar de já ser amplamente usada, especialmente nos softwares de redes sociais e também nos serviços de atendimento, a Inteligência Artificial (IA), segundo explica Andreyve, ainda possui um leque de possibilidades de uso quase que ilimitado.
“Há uma forte tendência para os próximos anos de que uma enormidade de soluções digitais tenham como base esse conceito tecnológico, desde coisas simples como mecanismo para busca de músicas e vídeos ou equipamentos como carros que darão respostas automáticas por meio da IA; ou então para coisas mais complexas como gestão de CRMs (customer relationship management), segurança de sistemas financeiros e avaliação de vulnerabilidade de negócios”, explica o especialista.
Andreyve também cita um novo conceito tecnológico, que seria uma evolução da Inteligência Artificial: o machine learning. Seria basicamente fazer com que máquinas aprendessem sozinhas. “O machine learning é uma subcategoria da inteligência artificial, que automatiza efetivamente o processo de construção de modelos analíticos. Em resumo, isso permitirá que máquinas se adaptem a novos cenários de forma independente. Ou seja, se há uma realidade nova, para a qual não havia programação definida ou reação prevista, a própria máquina analisa e cria uma nova solução”, acrescenta.
Serviços remotos
A pandemia demonstrou que há uma infinidade de serviços que podem ser perfeitamente prestados de forma remota. Com o advento da internet 5G, Gabriel Caixeta avalia que fazer uma consulta médica via celular, ou fazer um curso de inglês de forma 100% digital serão coisas cada vez mais rotineiras no futuro.
“A medida que conseguimos avançar na melhoria da velocidade e qualidade de transmissão de dados pela internet será muito mais fácil para um determinado profissional atender seu cliente de forma remota”, afirma.
Dinheiro 100% digital
Talvez muitos ainda não se deram conta disso, mas o PIX, sistema de pagamento instantâneo lançado em 2020 no Brasil, é a grande revolução no sistema financeiro dos países desde a invenção dos cartões de crédito e débito.
“Se o dinheiro em espécie já via seu fim anunciado, o PIX pode ter decretado de vez sua extinção e também do chamado dinheiro de plástico, que são os cartões. À medida que as pessoas perceberem a comodidade que isso trará, o PIX fará cada vez parte da realidade dos brasileiros.
Uma das grandes vantagens é que as operações financeiras, por menores que sejam, terão rastreabilidade. Mas, ao mesmo tempo, isso exigirá mais atenção das pessoas, porque os golpes digitais continuarão e serão adaptados, infelizmente”, pondera Gabriel, ao mencionar essa nova ferramenta digital usada no Brasil.
Hiperautomoção
Essencialmente, a hiperautomação é a união de tecnologias de automação com o conceito de inteligência artificial, especialmente a subcategoria machine learning. Segundo Caixeta, com a tecnologia 5G essa tendência tende a ganhar ainda mais força no desenvolvimento de soluções digitais. “Hoje você já tem um amplo uso desse tipo de tecnologia nos processo industriais, mas com uma internet de alta performance, como a 5G, você amplia o uso desse recurso para outras áreas, como saúde, educação e transporte.
A automação avançada permite que os clientes tenham uma melhor experiência no consumo de produtos e serviços e na interação com as diferentes interfaces do negócio. Nesse sentido, é importante que as empresas e seus gestores estejam focados na experiência do cliente para redesenhar seus processos existentes dentro de uma nova realidade, com novas tecnologias”, conclui.
Experiência por voz
Num futuro muito breve, você irá falar com sua geladeira, e acredite, ela irá responder. E não se preocupe, você não será considerado maluco por isso, até porque tal situação será cada vez mais comum.
“Hoje em dia, de forma altamente intuitiva e até mesmo sem perceber, já falamos com nossos aparelhos celulares. O chamado assistente de voz é um recurso digital que tem ganhado cada vez mais espaço nos serviços de atendimento ao cliente, porque além de prático, traz uma grande redução de custos operacionais. E já vemos também o uso dessa ferramenta em sistemas de automação doméstico, ou nas chamadas casas inteligentes, em que você, por meio da internet, comanda e aciona vários equipamentos que funcionam de forma eletrônica”, explica Gabriel.
Holografia
Muitas ferramentas que antes eram vistas somente em histórias de ficção-científica começam a fazer parte da nossa realidade. Um exemplo é o holograma – ou holografia, que pode ganhar uma infinidade de uso graças aos resultados de uma recente pesquisa da Universidade de Glasgow, na Escócia.
Lá, especialistas desenvolveram um sistema de holograma que pode ser tocado e sentido, algo semelhante aos “holodecks” dos filmes de Star Trek. A tecnologia chamada inicialmente de “aerofática”, usa jatos de ar para permitir a sensação do toque, fazendo com que você sinta, por exemplo, os dedos, as mãos e os pulsos da imagem de uma pessoa.
“Com os avanços das ferramentas de computação gráfica e as novas aplicabilidades que têm sido dadas à tecnologia de microLEDs, a holografia é outro conceito tecnológico que ganha força”, explica Caixeta.
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