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Ricardo Recchi*
Um mundo digital exige soluções ágeis e inovadoras, capazes de atender à crescente demanda por eficiência, personalização e rapidez. Nesse cenário, o desenvolvimento Low-Code vem se destacando como uma abordagem promissora, sendo uma alternativa eficaz e acessível para a criação de software com menor esforço de codificação.
Considerando que o mercado global de tecnologia deve crescer de US$ 28,75 bilhões em 2024 para US$ 264,40 bilhões até 2032, de acordo com a Fortune Business Insights, o Low-Code passa a ser visto como um recurso mais do que necessário para atender à demanda de crescimento prevista.
O Low-Code não é apenas uma tendência, mas uma revolução no setor de TI. Para 2025, há seis tendências que serão impulsionadas por essa tecnologia, conforme elencadas abaixo.
1. Inteligência Artificial Generativa (GenIA) e Agentes de IA – Enquanto a incorporação da Inteligência Artificial (IA) em plataformas Low-Code automatiza a geração dos códigos, os Agentes de IA, criados a partir da Inteligência Artificial Generativa (GenIA), atuam de forma autônoma em processos de desenvolvimento, sugerindo melhorias, corrigindo erros em tempo real e aprimorando o desempenho das aplicações com base em padrões de uso.
2. Integração com DevOps – O DevOps é uma abordagem que combina desenvolvimento (Dev) e operações (Ops) para tornar o ciclo de vida do software mais ágil, eficiente e seguro. O objetivo é integrar equipes de desenvolvimento e operações de TI, eliminando silos e automatizando processos para acelerar entregas, reduzir erros e melhorar a qualidade das aplicações.
E a integração entre Low-Code e DevOps está se tornando essencial, pois com ferramentas automatizadas, é possível acelerar ciclos de desenvolvimento, testes e implantação, garantindo mais qualidade e segurança nos lançamentos. Além disso, a automação de pipelines reduz erros e melhora a eficiência operacional.
3. Aplicações empresariais sofisticadas – o poder de desenvolvimento do Low-Code vai além de aplicações transacionais ou processuais . As plataformas suportam projetos sofisticados, como, por exemplo, sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) personalizados, E-commerce, soluções empresariais de IoT (Internet of Things), WMS (Warehouse Management System) e soluções de BI (Business Intelligence). Isso torna o Low-Code uma opção viável até para projetos complexos, que antes dependiam exclusivamente de programação tradicional.
4. Segurança e conformidade normativa integradas – a segurança deixou de ser um complemento para se tornar um pilar essencial do desenvolvimento Low-Code. Algumas das principais inovações incluem verificação automática de vulnerabilidades; conformidade normativa incorporada desde a concepção do software; criptografia de dados por padrão; gestão de identidades e acessos simplificados.
5. Modernização de aplicações legadas e governança – atualizar sistemas legados sempre foi um desafio, mas o Low-Code simplifica esse processo. As plataformas Low-Code são projetadas para capturar e proteger o conhecimento das empresas e as características do software que elas necessitam em uma base de conhecimento independente da tecnologia. Com essa base de conhecimento, utilizando geradores de código, o software das empresas é criado e mantido.
Graças a essa estratégia de modelagem somada à geração, o código permanece atualizado com as últimas tecnologias e padrões. Essa longevidade significa que, como o código é gerado, ele nunca se transforma em código legado, pois pode ser atualizado com novos geradores para as últimas tecnologias, sendo um exemplo de como a governança pode ser integrada no ciclo de desenvolvimento.
6. Sustentabilidade no desenvolvimento – ao reduzir o tempo e os artefatos necessários para a criação de uma solução, a pegada de carbono, associada ao consumo de energia e aos recursos no ciclo de vida do sistema, também é reduzida, o que contribui diretamente para a sustentabilidade e para a mitigação do risco climático e do impacto ambiental.
O desenvolvimento Low-Code, com sua capacidade de acelerar a criação de software e reduzir custos, está remodelando a forma como as empresas desenvolvem soluções tecnológicas. As tendências de 2025, impulsionadas pela Inteligência Artificial Generativa e por desenvolvimentos colaborativos, demandam por aplicações empresariais mais sofisticadas, segurança reforçada e foco na sustentabilidade.
Esse movimento consolida o Low-Code como uma solução indispensável para empresas que buscam inovação e agilidade em um mercado cada vez mais competitivo e exigente. O futuro do Low-Code é promissor e seguirá moldando a forma como criamos e utilizamos software nos próximos anos.
*Ricardo Recchi regional manager Brasil, Portugal e Cabo Verde da Genexus by Globant