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Selfies em funerais preocupam, no Canadá



O presidente da diretoria de funerais do Quebec, capital do estado canadense com o mesmo nome, está preocupado com a mania de tirar selfies em funerais que, segundo ele, está saindo do controle entre os habitantes locais. Denis Desrochers diz que tem recebido reclamações de cidadãos que apontam esse ato como sendo desrespeitoso e incômodo para as famílias que passam por período de luto.

O serviço funerário local está discutindo o que fazer diante do problema. “Não haverá uma ‘polícia selfie'”, disse ele em entrevista à rádio local. Segundo ele, é mais provável que seja iniciada uma campanha de conscientização ampla. “O ato de tirar fotos em um funeral não é novo, mas compartilhar selfies em mídias sociais é, e isso tem gerado reclamações”, comentou.

A prática de selfie fazendo pose ao lado de um caixão com uma pessoa morta é uma das manias mais esquisitas que a tecnologia permitiu que evoluísse. Com smartphones na mão, câmeras sensíveis que precisam de pouca luz e conexão imediata com a internet e redes sociais, as pessoas não estão vacilando em sacar os aparelhos no meio dos familiares.



Mas o que poderia ser apenas um registro e uma última lembrança, acaba virando um incômodo para os familiares. Em geral, as fotos mostram qualquer coisa, menos respeito com o momento e o morto.

“Em muitas casas funerárias, temos regras muito claras em torno da limitação de selfies. Ou dizemos ao público que as famílias não querem selfies”, disse Desrochers. “No entanto, as pessoas guardam os smartphones até o último minuto, escondendo dos funcionários, e agarram-se a ele para um selfie em poucos segundos”. As fotos acabam em mídias sociais.

Tema polêmico
O diretor funerário apontou que sua preocupação com essa mania não é tão simples de resolver. Mesmo que muitas pessoas considerem o fato bizarro e inapropriado, alguns psicólogos apontam isso como uma maneira de sublimar a morte e ajudar a passar o estado de luto.

No entanto, basta uma procurada pelas mídias sociais para ver que o ato extrapola qualquer limite. Há fotos de de pessoas mostrando como estão bem vestidas de preto ou fazendo pose de espanto diante da decoração do velório. “Temos que ser cuidadosos e as campanhas de conscientização parecem a melhor saída”, disse.

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