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Ser digital: como e por que os CIOs estão se reinventando para uma nova era



Por Roberto Wik *

A transformação que as organizações vêm buscando em relação à mudança de “fazer digital” para “ser digital” surgiu como um imperativo organizacional vindo do topo. No entanto, algumas barreiras remanescentes impedem que os CIOs ofereçam serviços de TI que direcionem a inovação

Não é de hoje que empresas de todos os tamanhos, de diferentes setores, estão se esforçando para se transformar na era digital. O objetivo é dar velocidade à organização em seu processo de tomada de decisão, melhorar a agilidade operacional e entregar inteligência de mercado para criar produtos diferenciados, resultando na melhor experiência e satisfação de clientes e funcionários.



Apesar de muitos CEOs guiarem sua organização rumo à transformação digital, incluindo o estabelecimento de estruturas de CMO e CDO, ainda veem na figura do CIO o responsável pela entrega dessa transformação ou, pelo menos, como coordenador dos diferentes esforços em toda a empresa.

Mas, apesar desse voto de confiança, muitos CIOs sentem que não estão recebendo apoio suficiente do CEO e do conselho de diretores para tomar iniciativas digitais.

Essa falta de apoio prejudica o CIO em relação a demonstrar a capacidade transformadora e melhorar o desempenho dos negócios. Além disso, também impede o desenvolvimento pessoal e profissional do CIO.

Para ter sucesso na era digital, os CIOs devem focar em quatro elementos essenciais:

Liderança: o CIO deve desempenhar um papel importante na definição de estratégias da organização e em sua execução. Caso isso não ocorra, será um grande desafio atingir a promessa do digital de fazer mais rápido, menos caro e mais produtivo, tanto internamente (por meio de silos funcionais) quanto externamente (com clientes e parceiros).

Prontidão organizacional e financeira: o sucesso do CIO normalmente começa com uma profunda compreensão dos custos do programa digital e formas de medir o retorno do investimento. Para ter sucesso em um mundo que se move à velocidade do digital, os CIOs devem olhar para além do planejamento anual e encontrar maneiras mais convenientes e eficazes para alinhar a TI com os objetivos digitais da empresa.

Propriedade da estratégia digital: o CIO deve estar preparado para cultivar e articular uma estratégia digital que seja consistente, alinhada com os objetivos de negócio e claramente compreendida por toda a organização. Isso não será fácil, já que o papel tradicional do CIO dependeu mais de uma mentalidade de engenharia do que do conhecimento de marketing e competências de comunicação.

Tecnologia: a organização de TI deve cumprir um mandato duplo: construir e implantar as tecnologias fundamentais necessárias para a organização atingir os objetivos de negócio (além de manter as luzes on), e servir como plataforma para o desenvolvimento de soluções que estimulem inovação em negócios digitais.

O papel dos CIOs vem se ampliando para além do tradicional “dono” de TI. A transformação e aplicação digital já migrou do “good” para o “must have”.

CIO é agora um elemento-chave na contribuição para a estratégia do negócio, e vem gastando mais tempo alinhando a estratégia digital com as necessidades de negócio e aumentando a quantidade de tempo que gasta na colaboração interfuncional para desenvolver e dirigir iniciativas digitais na organização.

Além disso, o CIO também está se tornando mais voltado para o lado externo, engajando-se com clientes, parceiros e fornecedores.

Mais que responsável pela informação e tecnologia (Chief Information Officer), o CIO deve servir agora como um diretor de influência (Chief Influence Officer), que colabora e mantém excelentes relações de trabalho com outros líderes empresariais, e como diretor de inclusão (Chief Inclusion Officer), que promova uma cultura aberta e inovadora.

Ele ou ela deve ser um evangelista de TI que defenda o papel da TI na estratégia digital e transformação de negócios, atuando como agente de mudança em liderar uma jornada digital e transformar a cultura empresarial.

 

* Roberto Wik, é diretor de Indústrias e Varejo da Cognizant no Brasil