Home Novidades Sete mil metalúrgicos da Volkswagen cruzam os braços contra demissões em SBC

Sete mil metalúrgicos da Volkswagen cruzam os braços contra demissões em SBC



Em assembleia nesta terça-feira, 6, cerca de sete mil metalúrgicos da fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, decidiram cruzar os braços contra a demissão de 800 funcionários anunciada pelo grupo. A decisão afeta os três turnos da fábrica, que conta com 13 mil metalúrgicos.

Trabalhadores foram informados de sua demissão por meio de cartas. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a orientação era de que não retornassem aos seus postos de trabalho depois desta terça-feira, quando terminaram as férias coletivas.

As cartas começaram a ser enviadas pela empresa no final de dezembro. O Sindicato afirma que além dos 800 trabalhadores já avisados, outros 1.300 já estão ameaçados, conforme anunciado pela Volks anteriormente sobre o corte de 2.100 postos de trabalho na fábrica do ABC. “Não podemos aceitar esta demissão em massa”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão durante a assembleia pela manhã.



Wagnão afirma que mesmo com a rejeição da proposta negociada em dezembro de 2014, ainda está valendo o acordo de 2012. “Pelo acordo não poderia ocorrer demissões na fábrica desta forma unilateral como aconteceu”, criticou.

Em junho do ano passado, representantes da montadora reuniram-se com o Sindicato para afirmar que não havia acordo, quando foram iniciadas novas negociações. “Após a rejeição desta proposta pelos trabalhadores em assembleia, a empresa rompeu o acordo e teve essa iniciativa de se livrar daquilo que ela computa como custo, mas que para nós são pais e mães de família. Precisamos reequilibrar as relações entre capital e trabalho e isso só será feito de forma coletiva e solidária”, completou o secretário-geral do Sindicato.

Para o presidente do Sindicato, Rafael Marques, a demissão de um trabalhador não pode ser a saída para enfrentar os problemas desta ou de outra empresa. “Precisamos de um mecanismo que seja uma vacina permanente para estas situações”, defendeu.

No final da assembleia, os trabalhadores voltaram para o interior da fábrica, mas sem produzir um único carro. Cerca de mil trabalhadores da ala de engenharia foram orientados a permanecer em suas casas até as próximas orientações do Sindicato.

Ainda nesta terça, os metalúrgicos do turno da tarde e noite também apreciarão a proposta do Sindicato de greve por tempo indeterminado.