Com o avanço das tecnologias digitais, tanto no que diz respeito a aparelhos smart quanto à velocidade e potência das redes 5G de internet, como também às adaptações necessárias para enfrentar a crise sanitária de Covid-19 em todo o mundo, a área da saúde foi uma das mais afetadas nos últimos anos. Desde março de 2020 até setembro de 2021, a telemedicina no Brasil cresceu em 372%, segundo um estudo da G2 Learning Hub, o que revela o tamanho do impacto e mudança de perspectiva nos atendimentos.
Essa mudança em relação ao tipo de atendimento tem o apoio da maior parte da população, especialmente dos jovens, que já tem uma tendência intrínseca de conexão a todo momento. Segundo o Summit Saúde, de 2.040 jovens entrevistados pela Harmony Healthcare IT, 69% afirmaram que, em suas buscas, procuram por atendimento on-line. Ao todo, 79% dos participantes do estudo relatam ter contato com um profissional de APS, e, destes, pelo menos 41% declaram preferência pelo atendimento por telemedicina.
A telemedicina está no auge de sua aceitação e utilização de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), que apontou que pelo menos 50% da população brasileira recorreu à telemedicina no último ano. Do grupo entrevistado, 42% representa as classes A e B na busca ativa por consultas online, 22% as classes B e C, e 20% a classe E.
Para o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, a estratégia de saúde digital, ou de telessaúde, não substitui a medicina presencial. “Ela é mais uma ferramenta, uma forma de tornar mais eficiente a atenção à saúde”, disse.
Marcos André Sonagli, cofundador e diretor médico da Amplimed, empresa de software de sistemas integrados com prontuário médico e telemedicina, por sua vez, diz que a inserção dessa tecnologia no SUS facilita muito o acesso a saúde de quem vive em regiões geograficamente pouco acessíveis.
Além disso, Sonagli aponta: “se alguém precisa de um atendimento na unidade básica de saúde e ela estiver fechada naquele momento, o paciente fica desamparado. Com essa digitalização as pessoas poderão acessar um médico a distância, deixando com que o acesso à saúde fique ainda mais perto do brasileiro de forma prática e eficiente através da teleconsulta”.
Queiroga afirmou que no primeiro momento, apesar de haver contato com profissionais da saúde através de teleconsultas e videochamadas, o atendimento será feito dentro das próprias unidades de saúde do SUS e o profissional assistirá o paciente por via remota. O ministro diz que isso ocorrerá pelo fato de alguns estabelecimentos não terem médicos especializados, apenas profissionais de enfermagem, e esse modelo já ajudará a comunidade.