O designer-chefe da Mazda, Julien Montousse, tem uma visão audaciosa sobre o futuro da indústria automobilística. Menos preocupado com os carros sem motorista (driverless car), do que a maioria dos executivos e engenheiros de hoje, ele acredita no desenvolvimento do interior do carro com novas tecnologias que aumentem a experiência de dirigir.
Sim, para Montousse é muito provável que as pessoas continuem na condução dos veículos nos próximos anos, diz ele em entrevista ao site CarBuzz. Com isso, o motorista vai exigir avanços tecnológicos dos quais gosta e aumentem seu prazer e segurança no volante. Em um ponto, o designer é enfático: “touchscreen é algo chato”, declara, enfatizando que o “2D está morto e 3D será seu substituto”. Uma visão que tem um alvo certo – o para-brisa do veículo.
Montousse acredita que é no para-brisa que as mudanças podem fazer a diferença. Nada mais natural, já que é o lugar onde o olhar de quem dirige está quase o tempo inteiro passando através. Somente uma parte do tempo em que não há essa interação com o vidro da frente é que olhamos para o painel de comandos ou um pouco mais pro lado, onde hoje dominam centrais digitais com telas sensíveis ao toque.
E se tudo estivesse no para-brisa? Essa é realmente a pergunta essencial para Montousse. E é aí que o touchscreen não funciona, de acordo com o designer-chefe da Mazda. Seria apenas um 2D com “impacto negativo na dinâmica de condução”, afirma. “Os avanços na indústria automobilística acontecem mais cedo ou mais tarde”, diz.
Futuro promissor
Sua previsão é que isso ainda demore de 10 a 20 anos. Mas ele vê sinais de quebras de paradigma já. Carros autônomos (outra coisa chata, segundo ele) e os painéis grandes touch da Tesla são sinais disso.
É possível imaginar de onde sairiam os para-brisas 3D que Montousse imagina, já que ele não fornece detalhes. A tecnologia de hoje que pode avançar para viabilizar isso está no mercado, nas mãos de consumidores finais para ser mais exato. E são duas as candidatas a entrarem no ramo automobilístico. Uma é a holografia, presente no Hololens, da Microsoft e com grandes possibilidades de visualizações 3D. A outra é relacionada com o fenômeno do game Pokémon Go. Não o jogo em si, mas a realidade aumentada que ele utiliza. O para-brisa funcionaria como a tela do celular, criando camadas de informações e objetos na frente dos olhos do motorista.
É interessante ficar de olho nas ideias que surgirão na montadora com Montousse á frente do design. Sua visão é bem clara sobre o futuro. “Não faça da tecnologia algo enigmático. Há um enorme valor por trás do ato de dirigir e estar totalmente conectado”.
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