Cercado de boatos e críticas, o Twitter apresentou na manhã desta quinta-feira, 27 de outubro, os resultados referentes ao terceiro trimestre fiscal. Os números ficaram longe do apocalipse que alguns analistas esperavam. Vários aspectos do balanço cresceram. Pouco é verdade, porém o suficiente para a rede social do passarinho tentar novos voos. No final da conferência de mercado, a empresa confirmou as notícias sobre cortes de pessoal. Serão dispensados 9% dos trabalhadores globalmente, cerca de 300 empregados.
“A reestruturação se destina a criar maior eficiência à medida que avançamos em direção ao nosso objetivo de aumentar a rentabilidade em 2017”, destacou a empresa no comunicado aos acionistas. As áreas de vendas, que estavam divididas em três, serão unificadas para duas durante esse processo, que será conduzido nos próximos meses. UPDATE: poucas horas depois do balanço divulgado, o Twitter decretou o fim de seu produto de vídeo curto Vine.
Os razoáveis números apresentados pelo Twitter dão fôlego para os objetivos de crescimento do site. A empresa apontou que focará esforços na audiência e interatividade para, com elas, engordar as receitas de publicidade. A interatividade e refinamento de conteúdo será maior e a empresa usará melhorias em seus sistemas de machine learning para isso. Blocks, silenciar e denunciar perfis trolls deverá ficar mais fácil.
A receita com anúncios cresceu 6% em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, chegando a US$ 545 mihões. A empresa registrou 317 milhões de usuários ativos mensais, superando estimativa média de 315 milhões de analistas. Os cliques para seguir novas pessoas (follow) e os cliques mútuos (mutual follows) cresceram 30%.
Eventos como os debates das eleições presidenciais americanas e as transmissões ao vivo dos jogos da NFL (liga profissional de futebol americano) impulsionaram a audiência e mais parcerias dessas devem surgir.
Mas o Twitter não apresenta um lucro líquido consistente desde o primeiro trimestre de 2012. Apesar de a receita total ter aumentado 8% ano-sobre-ano para US$ 615,9 milhões quando os mais otimistas do mercado estimavam US$ 605 milhões, a empresa apresenta uma perda líquida de US$ 102,9 milhões.
Em crise, mas essencial
Os números do balanço trimestral mostram que o Twitter ainda vai respirar mais um pouco na batalha das redes sociais. Esse segmento está dando suas últimas cartadas e já tem o Facebook como vencedor. O Snapchat conquistou o público jovem e seu IPO deve sair em breve. O Linkedin foi comprado pela Microsoft. Com isso, resta pouco espaço para o Twitter, que, aparentemente, ninguém quer comprar.
E a rede social do passarinho ainda é útil. Uma pesquisa recente mostra que diariamente 44% dos americanos sabem de alguma notícia que surgiu primeiro no Twitter e só depois foi veiculada pela mídia tradicional. Apesar de pouco crescimento nos usuários, é incontestável que os principais criadores de notícias e conteúdos no geral estão no Twitter. Mas há diversos problemas a serem resolvidos. E eles ainda não foram eliminados com o balanço do trimestre.
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