O Uber é um inovador serviço de transporte que concorre com táxis e coletivos nas grandes cidades. No entanto, não possui um único veículo em seu nome. Os carros são de pessoas comuns que fazem o trabalho e levam passageiros do ponto A para o ponto B. A montadora Fiat produz carros, mas não entende nada de transportar gente. Isso fica com quem compra seus produtos. Essas duas empresas podem ser parceiras em um futuro próximo nesse mercado monumental de gente querendo ir do ponto A para o Ponto B.
Só que o mundo está evoluindo e o mercado está cada dia mais complexo. Uma parceria entre Uber e Fiat tem como alvo os veículos, mas não os motoristas. As duas empresas pretendem juntar forças para dominarem o mercado de carros robôs, ou carros autônomos. São aqueles que dispensam uma pessoa no volante e todo o espaço dentro dele é destinado ao passageiro.
As conversas estão acontecendo há algum tempo e pretendem unir a tecnologia da Fiat com o serviço do Uber. O resultado seria aquilo que se conhece dos carros pretos que são odiados pelos taxistas – só que o veículo viria sozinho até o cliente e o levaria para onde ele quer. Não haveria ninguém no volante e tudo seria controlado com sensores, ferramentas de localização e o poderoso banco de dados do Uber que conecta pessoas querendo ir do ponto A para o ponto B com quem tem a condição de realizar isso.
Uberização do mercado
A grande transformação que o Uber e outras empresas da economia compartilhada estão fazendo é essa nova visão sobre como as coisas são. Antigamente falávamos que iríamos pegar um táxi. Na realidade, só queríamos ir do ponto A para o ponto B. Não queríamos um táxi, desejávamos somente o serviço de transporte.
O Uber entendeu isso e começou a conectar quem queria se locomover e quem tem carro para fazer isso. Nem bem começou a fazer sucesso, a empresa descobriu que poderia ir ainda mais fundo nessa refinação do conceito. “Motorista pra quê?”, se só o carro pode realizar a tarefa se algumas tecnologias novas forem usadas?
As conversas estão em fase inicial, relatam Bloomberg e Wall Street Journal. A Fiat-Chrysler é só uma das montadoras que estão batendo à porta do Uber, oferecendo uma tecnologia de self driving car. A da Fiat é robusta e vem sendo desenvolvida desde 1995.
Segundo especialistas, o futuro da parceria depende do dinheiro que ambas ganharão. A parte do Uber é cristalina. Carros autônomos seriam mais baratos – ao longo dos anos – do que os motoristas associados. Também teriam mais confiabilidade em horários, roteiros e problemas legais seriam minimizados. O lado da Fiat é mais complicado, a empresa perderia parte do mercado comprador se existir um serviço de transporte de sucesso que substitua a aquisição de um veículo. A saída seria viver de lucro sobre as patentes da tecnologia de carros autônomos. Algo ainda arriscado.
Outras parcerias
A união de startups de tecnologia com montadoras não seria novidade. A GM investiu no Lyft e a Volkswagen fez o mesmo no Gett. Um movimento da Apple também é esperado para breve, algo além do dinheiro que colocou na chinesa Didi. BMW, Daimler e quase todas as marcas de carros possuem ou investem em tecnologia de carros autônomos no momento. Além disso, o Google já é forte candidato a dominar esse mercado.
A parceria entre Uber e Fiat, como se vê, já está cercada de concorrência, mesmo antes de acontecer. Sinal dos tempos nessa uberização da economia.
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