A empresa do app Uber viu-se envolvida num grande problema em 2016. Hackers invadiram seus sistemas e roubaram informações pessoais de cerca de 57 milhões de usuários e motoristas. Para evitar danos maiores, a companhia do app de compartilhamento de transporte pagou aos invasores cerca de US$ 100 milhões e pediu para que os dados fossem deletados e o caso não fosse divulgado para o público.
O fato foi descoberto pela agência de notícias Bloomberg. A empresa confirmou o vazamento, ocorrido em outubro de 2016, e disse que os hackers roubaram informações como nomes, e-mails e números de telefones de 50 milhões de usuários em vários países. Foram também vazados números de documentos de habilitação de 7 milhões de motoristas que estão no serviço, assim como outros 600 mil números de documentos de outros motoristas que estavam no sistema.
A empresa relatou que informações sobre os trajetos, pontos de embarque, cartões de crédito e outras informações que servem para viabilizar o serviço não foram afetados.
As autoridades americanas, onde fica a sede da empresa, iniciaram investigações sobre o caso. A Uber tem obrigações legais para relatar tais casos. Como o vazamento não foi relatado e a companhia ainda pagou os hackers, as autoridades acreditam que a empresa conhece os criminosos e pode ajudar a capturá-los antes que eles causem danos semelhantes em outras empresas.
O CEO da empresa, Dara Khosrowshahi, que assumiu em setembro, disse que isso “não deveria ter acontecido e não há desculpas para o ocorrido”. Em comunicado para o público e o mercado, Khosrowshahi enfatizou que a empresa está mudando uma série de práticas que a fez alvo de controvérsia em várias partes do mundo. Sendo assim, o vazamento e a ocultação do problema não deveriam ocorrer.
Ano problemático
O caso se junta a um ano de polêmicas para a Uber. Em 2017, a empresa viu-se envolvida em diversos escândalos e denúncias de diversos tipos. Em janeiro, um movimento na internet pedia que usuários deletassem o app e parassem de usar o serviço. Em fevereiro, as denúncias de assédio sexual que motivaram esse movimento, iniciaram uma auditoria interna e investigações externas. Os casos seguiram por meses e, em junho, 20 funcionários foram demitidos.
Ainda em fevereiro, o então CEO Travis Kalanick (foto) foi obrigado a pedir desculpas em público após ser filmado ofendendo um motorista que presta serviço para a empresa. O mês acabou com a empresa sendo acusada pelo Google de ter roubado sua tecnologia de carro autônomo.
Os meses seguintes foram igualmente complicados. Em março, o presidente executivo Jeff Jones pediu demissão após denúncias e acusações. Vários executivos seguiram ele e saíram da empresa, abrindo um buraco administrativo. Nos meses seguintes, outros executivos foram demitidos ou pediram demissão. Em junho, Travis Kalanick pediu demissão.
Demissões, acusações e polêmicas com taxistas e autoridades seguiram por todo o ano até o anúncio da ocultação do vazamento.
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