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Você compartilha senhas? Os políticos ingleses também



“Nunca compartilhe sua senha ou anote-a onde outros possam encontrá-la”. Essa dica primária de segurança e privacidade teve de ser enviada à representantes da Câmara dos Comuns e da Câmara dos Lords do Reino Unido pela representação especial segurança da internet do Primeiro-Ministro Britânico. As casas equivalem à Câmara de Deputados e Senado brasileiros respectivamente e o alerta foi emitido depois que três deputados conservadores foram pegos compartilhando seus detalhes de login com seus assistentes.

Compartilhar senhas não é uma violação da Lei de Proteção de Dados do Reino Unido. Então, não há como tomar medidas mais drásticas. A representação do Primeiro Ministro também decidiu que o momento é de conscientização e não de punição, embora haja proibição explícita em outras regras internas para a divulgação de senhas de acesso.

“Podemos providenciar para que sua equipe acesse sua caixa de correio, calendário e documentos através de suas próprias contas”, aconselha o comunicado enviado aos políticos britânicos.



Joanna Shields (baronesa Shields), veterana do ramo da tecnologia e que atua como representante de segurança digital do Primeiro Ministro e já foi Ministra da Segurança e Internet, reforçou as dicas do comunicado e a gravidade do caso para a imprensa britânica. “Os políticos deveriam eliminar essa prática já que as ameaças são novas, o mundo mudou”, disse. “Há sempre alguém tentando entrar – tentando visualizar e-mails ou entender o que está acontecendo – , e você tem que assumir que está sempre sob essa ameaça”, apontou a baronesa.

O caso veio à público e ganhou repercussão quando a conservadora Nadine Dorries publicou em seu perfil no Twitter que era comum a prática. “Qual é a senha” era um “grito frequente” em seu escritório.

Depois de criticada, Dorries disse que a prática era amplamente disseminada em outros gabinetes e não havia outro jeito de fazer os trabalhos rotineiros sem que as senhas fossem compartilhadas.

A segurança digital do Parlamento da Grã-Bretanha está sob suspeita. Em junho, uma tentativa de invasão foi feita e o alvo era especificamente as contas de e-mail de legisladores. Os hackers aparentemente não conseguiram as informações desejadas, mas a infiltração foi considerada grave e relativamente fácil, apontando que os invasores provavelmente tinham conhecimento de senhas e lugares onde procurar.

Perigo iminente
Em 2016, invasão semelhante foi bem-sucedida no escritório da então candidata democrata Hillary Clinton, na eleição americana. Las informações e conversas vazadas implodiram sua campanha e abriram caminho para a vitória do adversário republicano Donald Trump. Até hoje, o atual presidente dos Estados Unidos sofre ameaças de impugnação e investigações sobre esse caso. As ligações da invasão cibernética com hackers comandados pelo governo russo são fortes.

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