Depois de ver como o Mal de Parkinson prejudica uma paciente, um estudante de medicina resolveu usar toda sua criatividade para elaborar uma solução que pudesse ajudar as pessoas que sofrem da doença a ter uma vida mais normal. Faii Ong, é estudante do Imperial College de Londres e criou uma luva computadorizada, um wearable, que elimina os tremores nas mãos, típicos desse problema neurológico.
Ong lembra que o desafio surgiu quando visitava pacientes em um hospital e viu uma mulher de 103 anos não conseguir fazer coisas simples como segurar um copo de água ou fazer um carinho em seus bisnetos. Depois de vê-la em verdadeira batalha para tomar uma tigela de sopa, ele perguntou para a enfermeira o que poderia ser feito. “Ela disse que nada adiantaria”, lembra em depoimento à revista do MIT, Technology Review.
Ele então começou a procurar soluções que pudessem eliminar os tremores nas mãos de pacientes iguais à velha senhora. Não foram poucos os experimentos. Ong tentou engenhocas com elásticos, fios, mecanismos hidráulicos e contra-pesos. Eles até funcionavam, mas eram desajeitados e ocupavam espaço demais no campo de ação do paciente. Isso trazia mais dificuldades ainda.
Foi lembrando de brinquedos de infância e lendo notícias sobre tecnologias novas que o estudante teve um insight sobre o que poderia ser feito. Ele lembrou dos piões o divertiam quando pequeno. “Eles são giroscópios e mantinham a posição que estavam”, lembra.
Após vários testes no departamento de prototipagem com uma equipe do Imperial College de Londres ele criou o GyroGlove. É uma luva com um giroscópio que força a mão do paciente a manter-se em controle. É como mergulhar a mão em um líquido espesso, relatam os pacientes usados em testes.
Projeto simples
Ong decidiu por não usar nada muito complicado na elaboração da luva. O dispositivo, considerado o primeiro wearable para o Mal de Parkinson, é uma luva com um giroscópio acoplado na parte de cima. A palma da mão do paciente fica livre. Um prato giratório e uma dobradiça de precisão mantêm o “pião” no lugar e velocidade adequados. Ambos são controlados por uma placa de circuito que envia comados para um novo posicionamento, se necessário.
Alison McGregor, professor de Biodinâmica Músculo-esquelética no Imperial College, que é o coordenador da equipe, diz que o desafio agora é eliminar ruídos a quase zero e miniaturizar o máximo o dispositivo. São milhares de rotações por minuto (RPM). Para ele, mesmo como um protótipo, já é possível considerar a luva “uma grande promessa de impacto significativo sobre os utilizadores em termos de qualidade de vida“.
O estudante vem negociando o invento com empresas desde 2014. Ainda não há data para lançamento comercial. Mas a expectativa é que até o final do ano alguns exemplares sejam comercializados na Inglaterra, por um preço que deve ficar entre US$ 550 e US$ 850.
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