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Yahoo criou ferramenta para espiões do governo bisbilhotarem e-mails de usuários



A compra do Yahoo pela empresa de telecomunicações Verizon está soltando os demônios escondidos no baú da ex-gigante da internet. Primeiro foram os 500 milhões de usuários afetados por um ataque hacker, divulgado em setembro, e que ninguém havia divulgado. Agora, a empresa é acusada de criar uma ferramenta para que agentes do governo americano pudessem bisbilhotar e-mails de qualquer pessoa na hora que quiserem.

E a denúncia, levantada pela agência Reuters internacional, vai ainda mais longe. O pedido foi feito pelas agências de espionagem e aceito sem contestação pela CEO Marissa Mayer. Ela ainda manteve isso em segredo, evitando que a equipe de segurança digital do site soubesse do que estava ocorrendo. Ainda não há perspectiva do tamanho do estrago. As autoridades podem ter usado ocasionalmente a ferramenta para somente investigar um ou outro crime organizado e terrorismo ou podem ter visualizado informações e comunicações privadas de centenas de milhões de pessoas indiscriminadamente.

De ontem para hoje, o alerta geral de empresas de cybersegurança e especialistas em privacidade tem sido um só: delete sua conta no Yahoo e de outros serviços da empresa. O receio é que outras marcas do grupo de internet, como os blogs do Tumblr e as fotos do Flicker tenham sido afetados.



Venda complicada
O caso pode comprometer a compra do Yahoo pela Verizon. Na época do acordo, uma das cláusulas colocadas foi de que nenhuma pendência em segurança digital estava para ser resolvida. O vazamento divulgado em setembro, após a aquisição, ocorreu no ano passado. Já era algo difícil de digerir e que só ficou mais indigesto com a notícia de que houve essa quebra das regras de transparência a pedido de espiões do governo.

Por enquanto, a acusação recai somente sobre o Yahoo. Na tarde de ontem, 5 de outubro, algumas empresas começaram a ser apontadas como também praticantes dessa obediência sem limites às autoridades governamentais. O Facebook chegou, por meio de um porta-voz, declarar que “não houve isso na empresa, e se tivesse ocorrido, seria duramente combatido”. Google, Apple e Twitter também negaram fazer isso.

No passado, outras empresas foram acusadas (algumas denúncias foram comprovadas) de negligenciar a segurança, permitindo que a NSA (uma das dezenas de agências de investigação norte-americana) utilizasse uma abertura (backdoor) para fazer espionagem contra o terrorismo. Mas até agora, nada foi tão longe a ponto de uma empresa criar uma ferramenta especial para o governo.

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