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Ambientes integrados viram saída para distanciamento social



Tendência na construção civil, ambientes integrados têm sido considerados por profissionais da arquitetura como solução para o afastamento social provocado pela falta de gestão de tempo e, especialmente, pelo uso excessivo de tecnologias. Estudo aponta que a falta de contato entre familiares pode desencadear síndromes e transtornos emocionais.

Um levantamento da Kaspersky Lab – empresa russa produtora de softwares de segurança para a internet, apontou que 1 a cada 3 usuários ouvidos na pesquisa admitem que passaram a se relacionar menos com amigos e familiares, sob a justificativa de estarem dedicando mais tempo ao ambiente digital. A pesquisa ouviu 16 mil pessoas com idade acima de 16 anos, em 18 países incluindo o Brasil.

Para o arquiteto contemporâneo Jordano Valota, é também papel da arquitetura superar esses desafios. “Hoje nós não temos mais tempo para desfrutar dos momentos. A maioria das pessoas estão ocupadas, mergulhadas no oceano da informação digital e perdendo oportunidades de um tempo de qualidade com quem importa. É nessas horas que a arquitetura entra em ação e garante que membros de uma mesma família se conectem diariamente, apesar dos desafios do tempo presente”, afirma.



A reflexão sobre o afastamento social dentro de casa também foi tema uma pesquisa acadêmica que comprovou os efeitos negativos ao estado emocional de pessoas que não preservam os vínculos familiares. O estudo foi desenvolvido por acadêmicos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Centro Universitário Dom Pedro ll e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

“Os laços afetivos favorecem o desenvolvimento emocional e previnem desajustes biopsicossociais, contribuindo na recuperação quando os desajustes são inevitáveis. Ao contrário, as famílias que têm como padrão de interação o excesso de conflitos e baixa afetividade criam um ambiente desencadeador de psicopatologias, como a depressão, tanto para os filhos quanto para os pais”, afirma o estudo publicado na Revista Psicologia e Saúde em 2020.

O profissional reforça que para fazer do imóvel um lar, é preciso torná-lo um refúgio, e isso inclui a interação entre os membros da família. “Acreditamos que a casa deve ser muito mais do que uma estrutura que protege as pessoas das intempéries climáticas. Esse lugar deve acolher cada morador após um dia cansativo e servir de refúgio, garantindo que haja um renovo das energias para o próximo ciclo. Isso exige muito mais do que paredes e coberturas, é preciso significância com o ambiente e, acima de tudo, contato real com as pessoas que estão inseridas nesse lugar de convívio. A arquitetura deve ser a ponte que proporciona esses encontros relevantes”, considera o arquiteto.

Website: www.studiojordanovalota.com.br

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