Uma Cidade Gentil prioriza as pessoas em seu desenho urbano, implementando soluções para melhorar sua experiência local e cotidiana. Dessa forma, torna-se viável construir espaços públicos vibrantes com centralidade compacta, diversidade de uso e infraestrutura urbana amigável que valoriza a mobilidade ativa.
É fundamental que os projetos arquitetônicos – públicos ou privados – sejam pensados a partir de uma lógica mais inclusiva e socialmente responsável. Estudos apontam que há certas características de edifícios que tendem a favorecer a experiência das pessoas que circulam pela cidade: ausência de recuos frontais ou laterais, portas e janelas abrindo para o espaço público, fachadas ativas ou permeabilidade visual no nível do térreo são alguns exemplos de práticas para incentivar o uso dos espaços públicos.
O conceito de gentilezas urbanas propõe intervenções de mobiliário urbano amigável para melhoria do espaço público por meio de elementos arquitetônicos que possibilitam a permanência e a circulação de pessoas com objetivo de manter a cidade viva. Para isso, é necessário que especialistas ao lado de profissionais do setor estejam sensibilizados e atentos com relação às escolhas que beneficiem o espaço público ao projetar um ambiente urbano.
Na arquitetura, esse gesto vem sendo muito utilizado para estabelecer a harmonia das pessoas com todo o ambiente a sua volta e possibilitar uma nova forma de convivência. O movimento de “Gentileza Urbana” reúne um conjunto de ações que promovem o urbanismo, sustentabilidade, paisagismo e cidadania com o intuito de melhorar o ambiente urbano. Esse conceito, que resgata os pilares do bom urbanismo, se fortalece cada vez mais no Brasil por meio da iniciativa privada.
Iniciativas implementadas na Cidade Criativa Pedra Branca são exemplos que contribuem para incentivar o uso dos espaços públicos. Vale destacar algumas delas:
Arquitetura humanizada — esse modelo de projeto arquitetônico promove a criação de ambientes atrativos tanto para moradores do local quanto para visitantes. Uma arquitetura humanizada preocupa-se em implementar em seu planejamento elementos que beneficiem as pessoas prioritariamente, como calçadas, mobiliário, arborização, áreas de permanência, e interação com as fachadas dos prédios para desenvolver áreas urbanas movimentadas e dinâmicas.
Design de Experiência — a prática de projetar produtos, processos, serviços, eventos, jornadas e ambientes com foco na qualidade da experiência do usuário e em soluções culturalmente relevantes, consiste no entendimento da necessidade dos frequentadores durante o processo de desenvolvimento de um endereço para transformá-lo em um local em que as pessoas queiram estar e que seja ao mesmo tempo seguro, vibrante e diverso.
Fachada Ativa — o conceito de fachada ativa padroniza os empreendimentos para que a área térrea do edifício esteja nivelada no mesmo nível do solo, alinhada com o espaço público, para facilitar o acesso aos principais comércios e serviços disponíveis ao longo da via.
Diversidade de usos — essa prática proporciona o aproveitamento funcional e inteligente do endereço, ampliando a oferta de serviços acessíveis de forma prática. Iniciativa que promove uma relação gentil dos edifícios com a cidade e com o meio ambiente, garantindo assim o bem-estar cotidiano e a segurança coletiva na vizinhança.
Espaços coletivos de convivência — Cidades Gentis estimulam a vida em comunidade ao proporcionar opções de lazer e entretenimento acessíveis e inclusivos, como praças, quadras poliesportivas, academias ao ar livre, entre outras iniciativas que tornam os espaços públicos mais atrativos e incentivam a ocupação do ambiente urbano. Iniciativa que promove a convivência entre as pessoas e um estilo de vida mais saudável.