Em setembro é celebrado o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência (21) com o objetivo de conscientizar e fomentar a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Criada oficialmente em 2005, a data traz visibilidade para o avanço dessa luta, que já teve muitas conquistas como a Lei de Acessibilidade (LEI No 10.098, de 2000), que também abrange os edifícios e imóveis declarados bens de interesse cultural ou de valor histórico-artístico.
Na capital paulista, diversas instituições culturais buscam se adequar às necessidades desse público e hoje trabalham com programas de acessibilidade como videoguias e audioguias, piso tátil, conteúdos em Braille, rampas de acesso e elevadores, entre outros recursos. Um dos exemplos é o Museu do Futebol, com pisos e recursos táteis, jogos interativos adaptados, audiodescrição do museu e informações em braile, além de guias disponíveis para auxiliar pessoas com deficiência durante toda a visita ao espaço dedicado ao esporte de paixão nacional.
Na região central da cidade, a Japan House São Paulo tem destaque para a acessibilidade digital com a inclusão de Libras, audiodescrição, legendas (closed caption) e a #pracegover em seus conteúdos digitais e exposições em cartaz nos dois ambientes expositivos em sua sede na Avenida Paulista. O canal da instituição nipônica no YouTube traz uma lista de reprodução com diversos conteúdos acessíveis como palestras, workshops e oficinas. Além disso, a instituição possui o Selo de Acessibilidade Arquitetônica, concedido pela Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência da Cidade de São Paulo, que certifica a edificação como adequada ao uso por pessoas com deficiência. O espaço possui amplo acesso via rampas e elevadores, maquete tátil do edifício e do entorno, piso e pranchas táteis dos elementos das exposições e visitas mediadas com audiodescrição.
Reaberto recentemente, o Museu do Ipiranga passou por uma reforma completa, que incluiu em sua estrutura original diversos recursos acessíveis – cerca de 300 materiais multissensoriais. Dentre os destaques estão telas táteis, reprodução em metal, maquetes tridimensionais e miniaturas táteis de esculturas e objetos em exposição, além de quadros reproduzidos de forma tátil, seja em placas de metal ou madeira. As exposições permanentes também contam com legendas e textos em Braille, piso adaptado para maior mobilidade, descrições audiovisuais, traduções em Libras e legendas em ambientes multimídia.
No Brasil, país que possui 17,3% milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) feita em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo 3,4% com deficiências visuais, 1,1% têm deficiência auditiva, 1,2% têm deficiências mentais, e cerca de 3,8% terem deficiências físicas, a oferta de espaços com acessibilidade é cada vez mais necessária. A adaptação de espaços de cultura para abranger todas as necessidades só demonstra cada vez mais o quanto os espaços podem ser acessíveis para todos.