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Inteligência artificial influencia as relações no trabalho



Nas últimas semanas, tem crescido o debate nas redes sociais sobre as novas aplicações e oportunidades da inteligência artificial (IA). A principal delas é o ChatGPT, uma ferramenta de chatbot ainda em fase de testes, mas que já começa a mostrar a que veio.

Com isso, ressurge o debate sobre como a inteligência artificial poderá impactar a relação entre pessoa e empresa, a cultura organizacional e o mundo do trabalho como um todo.
Estudos do Fórum Econômico Mundial apontam que a IA vai eliminar cerca de 85 milhões de vagas de trabalho até 2025.
No entanto, especialistas ainda divergem quanto à magnitude dessa substituição de mão de obra humana por IA. Ainda segundo o Fórum Econômico Mundial, com esse movimento poderiam surgir mais de 97 milhões de novos postos de trabalho – as pessoas não seriam exatamente substituídas pela IA, mas sim por outras pessoas que saibam operá-la.

Dentro das estratégias de gestão de pessoas, algumas ferramentas de recrutamento e seleção já utilizam a IA para automatizar a atração de talentos. E juntamente com os ganhos que isso pode trazer para os setores de recursos humanos, há quem defenda maiores cuidados e olhares mais críticos sobre a inteligência artificial.



A escritora e cientista de dados Cathy O’Neil, em seu livro “Algoritmos de Destruição em Massa” (2021), aponta que todas essas tecnologias são programadas por seres humanos, e assim, carregam em seu “DNA” os vieses de quem as concebeu.

Um exemplo disso são os inúmeros problemas relacionados a tecnologias de reconhecimento facial, quando se trata de identificação de rostos negros. Essas ferramentas foram criadas por pessoas brancas, usando rostos brancos como parâmetro, e assim, causam transtornos e até prisões injustas para pessoas negras em todo o mundo: o chamado “racismo algorítmico”.

Já segundo a Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio Grande do Sul (ABRH-RS), “além de ampliar o universo de concorrentes às vagas, outra vantagem da inteligência artificial é aumentar a produtividade da equipe de Recursos Humanos”. De acordo com artigo publicado no site da associação, empresas que utilizam a IA possuem vantagem competitiva frente às demais na hora de recrutar talentos.

O debate vem se estendendo também à relação de trabalho como um todo. As chamadas HRTechs (startups e empresas de tecnologia voltadas para gestão de Recursos Humanos) prometem automatizar e gamificar situações diversas no dia a dia de trabalho. Da folha de pagamento, passando pela gestão de tarefas e projetos, e apoiando gestores na tomada de decisão sobre suas equipes.

Juntamente com o processo de estruturação de people analytics (mensuração e análise constantes de bancos de dados relativos ao público interno da empresa), dados gerados constantemente por uma IA podem ajudar a guiar avaliações de desempenho, por exemplo, tornando-as mais objetivas. E, em última análise, indicando por meio de algoritmos quem deveria ser promovido – ou demitido.
Nesse cenário, a tecnologia deixaria de ser uma simples mediadora da relação de trabalho, passando a criar uma nova relação. E acabaria permeando todos os pontos da jornada de uma pessoa dentro da empresa: desde o momento em que ela entra, passando pela forma como ela interage e se desenvolve nesse ambiente, até a hora em que a relação termina.

“Sem dúvida, existem benefícios na utilização de IA, big data e outras ferramentas tecnológicas nos processos de RH. Muita coisa pode ser automatizada. Mas precisamos tomar cuidado para não perder de vista a razão de ser da área: gerenciar talentos de forma estratégica, possibilitando boas experiências para as pessoas dentro da organização”, afirma Daniel Santa Cruz, sócio-fundador da consultoria Santo Caos.

Da pesquisa de clima totalmente automatizada, identificando os pontos mais críticos a serem perguntados ao longo do tempo; e passando pela gestão de turnover e absenteísmo, a cada momento surgem novas ferramentas prometendo facilitar o trabalho das lideranças e RHs.

“Por enquanto, ferramentas como o ChatGPT ainda aparentam estar num momento embrionário e com aplicações restritas. Mas, num futuro muito próximo, novos avanços deverão surgir na relação entre inteligência artificial e o dia a dia de trabalho nas empresas” – analisa Daniel Santa Cruz, da Santo Caos.

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