Um número cada vez maior de brasileiros tem gradativamente buscado poupar e investir, como forma de planejamento financeiro, ante a imprevistos financeiros e instabilidades econômicas. Desde 2.022, “mais pessoas declararam investir seu dinheiro em aplicações como fundos, títulos privados, moedas digitais e previdência privada”, conforme relatório divulgado pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Esse mesmo relatório demonstra que o número de investidores brasileiros apresentou um aumento significativo em 2022, e as projeções para 2023 apontam para um novo crescimento. Segundo a pesquisa, o percentual de investidores no país registrou um incremento de 5 pontos percentuais, passando de 31% para 36%. Esses dados promissores refletem um cenário favorável para o mercado de investimentos no Brasil, evidenciando um maior interesse e envolvimento da população nessa área.
Além de investir no mercado doméstico, há também a possibilidade de diversificação nos chamados mercados offshore. Esses investimentos podem abranger desde aquisição de imóveis até ações, títulos e outros ativos financeiros em países diferentes do país de origem do investidor, minimizando os riscos e maximizando os retornos potenciais. No entanto, é crucial ter em mente que os investimentos offshore estão sujeitos a regulamentações e riscos específicos, como a volatilidade das moedas estrangeiras e as flutuações do mercado local.
Para Rafael Wurzmann, especialista em Investimentos Offshore e Head na Criteria Partners os investidores devem buscar orientação especializada para maximizar os investimentos offshore para alcançarem seus objetivos financeiros de forma segura e eficiente. Segundo o especialista, os benefícios dos investimentos offshore são significativos.
Um dos principais é a diversificação de risco, permitindo ao investidor proteger sua carteira contra flutuações econômicas e políticas em seu país de origem. Além disso, muitos investidores são atraídos pelos benefícios fiscais oferecidos em jurisdições estrangeiras, como tributação mais baixa ou isenções fiscais, que podem impulsionar os retornos. A confidencialidade financeira também é um atrativo, pois em alguns países os investidores podem manter suas informações privadas.
Acesso a mercados e oportunidades de investimentos exclusivos é outra vantagem dos investimentos offshore. Em países estrangeiros, podem existir mercados emergentes com alto potencial de crescimento ou setores específicos que não estão disponíveis no país de origem do investidor. No entanto, é fundamental considerar os riscos envolvidos. O risco cambial é um deles, pois as flutuações nas taxas de câmbio podem afetar negativamente os retornos.
Um número crescente de investidores tem buscado essas vantagens. Conforme o relatório “Global Wealth 2021“, da renomada consultoria Boston Consulting Group, a riqueza offshore registrou um aumento de 5,4% em 2020, atingindo a impressionante marca de US$ 12,1 trilhões em todo o mundo. Através desse crescimento, os investimentos offshore se tornaram uma forma de diversificação da carteira, especialmente entre aqueles que possuem alta renda.
Funcionamento do investimento offshore
Para que os serviços em offshore sejam realizados, Rafael destaca quais os passos a serem seguidos para o sucesso do investimento. O primeiro, refere-se a encontrar uma corretora que ofereça serviços especializados nesse tipo de investimento. A seleção de uma corretora nessa área é crucial pode ajudar a minimizar os riscos e garantir uma experiência segura para o investidor.
Em seguida, é importante que o investidor escolha a jurisdição de investimento offshore mais adequada às necessidades e objetivos do investidor. Há diversas opções populares, como as Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas, Bahamas, Panamá e Suíça, cada uma com suas características e vantagens específicas, com destaque para os mais de US$ 558 bi investidos apenas por brasileiros nos últimos anos nas opções citadas.
Também é necessário que sejam compreendidas as leis fiscais e financeiras da jurisdição escolhida, assim como as implicações fiscais relacionadas ao investimento offshore. Isso ajuda a evitar problemas legais e a tomar decisões mais informadas sobre como otimizar a estrutura fiscal dos investimentos.
Recentemente, a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que estabelece a aplicação da regra de antidiferimento para a tributação sobre o lucro proveniente de investimentos de pessoas físicas em offshores, ou seja, empresas sediadas em países com regime tributário favorável, conhecidos como paraísos fiscais. De acordo com o texto aprovado, os lucros obtidos por meio de offshores serão sujeitos à tributação pelo Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) no momento em que forem registrados no balanço patrimonial da empresa, mesmo que não sejam creditados em uma conta específica. Como resultado, os contribuintes deverão calcular mensalmente o ganho obtido e pagar a alíquota correspondente, que varia de 7,5% a 27,5%.
Além desse projeto de tributação em tramitação na Câmara, é importante atentar-se a outros custos envolvidos, como taxas de corretagem e impostos, que podem variar dependendo da jurisdição e da corretora escolhida. Ao ter clareza sobre esses custos, os investidores podem evitar fatores não esperados, levando a tomadas de decisões financeiras mais conscientes.
Mudanças políticas e regulatórias em um país estrangeiro também podem impactar os investimentos offshore, assim como o risco de liquidez e fraudes, especialmente em jurisdições com práticas de mercado menos transparentes.
Por fim, Rafael Wurzmann destaca a importância de avaliar os riscos e benefícios da diversificação em offshores, levando em conta a estabilidade política e econômica, mudanças regulatórias, flutuações cambiais e o risco de fraude inerentes à jurisdição escolhida. Complementa enfatizando a necessidade de buscar aconselhamento profissional e tomar decisões embasadas, garantindo assim o sucesso e a segurança dos investimentos não só em offshore como em outras áreas.
A Criteria Partners fornece serviços regulamentados pela CVM, abrangendo áreas como Crédito, Seguros, Câmbio e Fusões & Aquisições entre outras.