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Cloud, um bom remédio contra a crise



Mesmo em tempos de vacas gordas, as empresas não escapam do mantra de redução de custos e otimização dos recursos de TI. Imagine em tempos bicudos… Eis então que cloud computing desponta como possível saída ou santo remédio, com raras contraindicações, para quem pretende preservar a saúde do bolso, sem traumas.

Uma boa dose da nuvem pode ser interessante para migrar infraestrutura, aplicativos ou mesmo plataformas de negócios e reduzir custos sem dores de cabeça. É um bom antibiótico até mesmo para otimizar a economia de quem já opera em cloud. Justamente na crise é que a criatividade é aguçada e surge soberana a inovação.

A ideia de que cloud pode reduzir desembolsos não é uma panaceia ou algo novo, no entanto, a plataforma conseguiu ao longo dos últimos anos cristalizar essa visão e incorporar outros atributos como melhoria na gestão, flexibilidade, elasticidade e maior segurança. Será que voltamos ao passado?



“A nuvem começou a deslanchar em 2009 por conta da crise econômica mundial do ano anterior. Somos filhos da crise. E essa sensação arrastou-se até 2011 quando a plataforma passou a ser reconhecida por outras qualidades. A diferença no momento atual é que os riscos de migração são mais baixos e a ideia de agilidade continua em alta”, explica Maurício Fernandes, presidente da Dedalus, parceira na nuvem de gigantes como a Amazon e a Microsoft.

Para Fernandes, a pura e simples troca de CEP (endereço) do data center, saindo das entranhas da corporação para um provedor de cloud, pode reduzir os custos globais em algo como 25%. “Isso é possível rapidamente e, depois, com a análise e a mensuração da performance podemos propor outras reduções como o desligamento de máquinas em momentos de pouco uso ou mesmo otimização de servidores. Em alguns casos de revisão da arquitetura, chega-se a até 75% de economia. É extremo, mas não é algo complexo de ser conseguido. E não é incompetência de gestão do data center e sim o que se consegue obter com cloud”, explica.

Posologia e receitas
Qual o melhor receituário de economia? Doses de nuvem pública, um elixir de cloud privada ou uma boa combinação de nuvens híbridas? “O ideal é analisar o melhor ambiente de acordo com a necessidade e as aplicações do cliente que serão migradas, o mais comum é operar com um ambiente híbrido. A questão financeira passou a ser preponderante, entretanto provisionamento e escala seguem como fatores importantes”, garante Walter Costa, diretor de Desenvolvimento de Negócios da área Cloud & Data Center da Sonda IT.

Entre as variadas modalidades de cloud, infraestrutura como serviço (IaaS) é, de forma unânime, a mais indicada para obter resultados rápidos, especialmente pela flexibilidade de pagar apenas pelo uso e da facilidade de interromper o serviço quando o usuário desejar. Já o software como serviço (SaaS), de acordo com os profissionais, pode ser mais complexo e precisar de adaptações ou redesenhos nas aplicações, gerando obstáculos na migração dos legados, em resumo: exige mais tempo e planejamento.

Mas não recuse o SaaS, indicam. Vários sistemas já estão preparados para a nuvem e permitem um retorno no curto prazo. “Sistemas de mail são ideais nesse momento, pois são fáceis de migrar para a nuvem e reduzirão o alto custo para as áreas de TI. Já executamos projetos em poucos dias com resultados excelentes na qualidade do serviço e na economia. Vitórias rápidas são importantes”, filosofa Fernandes. Ele aponta ainda que aplicações que trabalham na web, em ambiente de browser, também garantem ótimos e rápidos resultados, como no caso de ERPs.

Na ponta do lápis
Como mensurar o maior gargalo de custos da sua empresa e o impacto da economia na nuvem?
Considerando que eles estão embutidos na infraestrutura, nos sistemas, nas pessoas ou mesmo na combinação luz/água/espaço físico, que poucas vezes é (re)conhecido.

Para Fernandes, no geral, a fonte de gastos está na infraestrutura mesmo. “Na infra, a economia é alta e brutal. Em pessoal, não. Normalmente, cloud não representa demissões. As pessoas passam a realizar serviços e processos internos de negócios, a empresa sai do operacional ao automatizar a gestão”, compara.

E ele confirma que é muito alto o gasto com energia e água (algo tão raro em tantas cidades) para manter o bom funcionamento de um data center. “Clientes que fazem um TCO mais profundo observam que os valores ocultos dos data centers são altos, como em água e luz, e poucos possuem controle desses valores”, alerta. Já Costa, da Sonda IT, ressalta em especial o custo com máquinas, sejam servidores ou storage, que não precisam mais ser comprados pelo cliente e são suportados pelo provedor no ambiente de cloud.

As contraindicações
Atente para um detalhe importante. Como em todo tratamento de choque, indicam os executivos, analise e pense com o seu provedor as possibilidades e os objetivos de redução de custos sem que isto, claro, diminua sua capacidade computacional e, se possível, e é bem provável, aumentando e otimizando os seus recursos de TI. Saiba, de antemão, como cloud está alinhado aos seus objetivos, soluções e serviços disponíveis. Avalie os riscos envolvidos e especialmente o retorno sobre o investimento (ROI).

O cálculo do ROI é mais do que importante nesse momento, até para que não cause nenhuma frustração ou reincidência do problema no futuro. Projetos de missão crítica, mais demorados na sua essência, como lembra Costa, podem frustrar no curto ou médio prazo. E ninguém deseja isto, não?

Uma forma de driblar as frustrações é planejar bem a migração, mesmo que de forma rápida. “Diversas questões, como a segurança, exigem a criação de uma matriz de responsabilidade com melhores práticas. E não vá sozinho, mesmo que sua equipe seja a melhor do mundo. A nuvem é fácil de ser entendida, existem consoles que facilitam a contratação, entretanto é mais indicado ter um parceiro, uma empresa com experiência e suporte para não perder tempo ou dinheiro nesse processo”, ensina Fernandes, da Dedalus, que recomenda ainda a consulta a executivos de empresas que migraram para a nuvem como benchmark.

Mas existem contraindicações. Em especial para empresas que utilizam plataformas que não existem na nuvem, como Risc (uma exceção à regra), e precisam redesenhá-las ou repensá-las antes de migrar. E, claro, nos casos em que a redução é mínima no curto e médio prazos ou ainda para projetos que têm como fim outros atributos, como a agilidade ou elasticidade propiciada pela arquitetura da nuvem, mais do que os custos.

Mal crônico
Para agravar o quadro, a valorização do dólar bem acima do patamar dos R$ 3 impacta na área de TI, visto que precisa adquirir recursos [equipamentos, serviços, profissionais etc], na maior parte deles, balizados pela moeda norte-americana. Essa movimentação acaba respingando também na plataforma de nuvem.

“Quem está na nuvem ou fora dela sofre o impacto do dólar, o custo está muito atrelado à moeda. Os servidores, os sistemas e mesmo a infraestrutura de telecom ficaram mais caros. Fizemos acordos de longo prazo que conseguem segurar o abalo do dólar, porém os provedores não têm como segurar o preço dos data centers no exterior, isso chega ao consumidor na ponta”, alerta Fernandes.

Uma forma de driblar a influência nociva do dólar, ele aponta, é trabalhar com os parceiros – como a Dedalus fez com a AWS (Amazon Web Services) – para otimizar o uso de recursos de infraestrutura por parte dos clientes. Outra é negociar ou renegociar contratos com prazos mais longos que trazem uma economia por conta dos descontos maiores oferecidos.

No caso da Sonda IT, o diagnóstico é que a moeda norte-americana influenciará nos valores da contratação de novos serviços e projetos. “Como os provedores de host estão, na sua maioria, no Brasil, o impacto no curto prazo tende a ser menor”, minimiza Costa. O mesmo, no entanto, não se pode dizer de quem utiliza suporte externo, apoiado em dólar.

Consulte o especialista
Os executivos consultados, especialistas no tema, não estimam efeitos colaterais ruins para a nuvem na volta da bandeira enfática por economia de custos. Fernandes, da Dedalus, revela que o atual momento mudou o Marketing e a abordagem da empresa.

“Agora, falamos ainda mais de redução de custo e da agilidade associada à plataforma. E o resultado é bom, tivemos um crescimento de 60% nesses primeiros meses em comparação com o mesmo período de 2014. No geral, os resultados não serão afetados, mas como disse um amigo meu: ‘Antes do tsunami o mar recua e a praia fica linda’. Então, precisamos ter cuidado”, completa com bom-humor.

Além do discurso, a Dedalus, como explica Fernandes, passou por algumas alterações internas no final do ano para entender melhor o mercado e antecipar as atuais demandas diante de um novo desenho macroeconômico. “Depois da crise, a questão da economia será amenizada e retornaremos aos outros valores que acompanham cloud”, assegura.

Uma oportunidade de salientar os avanços da nuvem também faz parte do mantra da Sonda IT com seus clientes e prospects. “Na proposição de valor, a redução do custo é algo real, porém é preciso agregar outros valores”, avisa o executivo.

 

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