Home SOCIAL BUSINESS Conheça a Gab.ai: a alternativa conservadora ao Twitter

Conheça a Gab.ai: a alternativa conservadora ao Twitter



As redes sociais prometeram unir o mundo. Mas o que vemos hoje é uma visível divisão de pensamentos entre opostos, principalmente nas questões políticas. Esse quadro pode ainda piorar se os debates cessarem e só sobrarem ódio e acusações entre os lados envolvidos. E pode faltar pouco para isso ser uma realidade se a rede social Gab.ai crescer e se tornar o que parece estar se tornando. A rede está sendo considerando a alternativa “conservadora” para o Twitter.

Todas as aspas do mundo nesse “conservadora”. Primeiro porque, pelo menos na apresentação, a Gab promete ser um lugar de liberdade de expressão e que aceita qualquer pensamento. Depois porque os primeiros adeptos da novidade foram os twitteiros expulsos ou que viram suas postagens perseguidas por discordantes. Nesse grupo estão os alt-right, um eufemismo para novos radicais nacionalistas que não têm receio de elogiar o nazismo e o fascismo.

Conservadores ou nazistas, o fato é que a Gab.ai vem crescendo com refugiados do Twitter e usuários que procuram um lugar para trocar ideias que lhes agradam.



Lançada em agosto, a rede ainda está em testes (fase Beta). Por isso a tentativa de inscrição não é imediatamente liberada. Há uma lista de espera. No dia 30 de novembro ela é de cerca de 1,4 milhão de pessoas. Poucos dias antes, ela não chegava a 300 mil. Uma amostra que o interesse vem crescendo.

A Gab.ai foi fundada pelo programador do Vale do Silício, Andrew Torba, um dos únicos no coração da tecnologia mundial a apoias Donald Trump. Praticamente todo o setor de tecnologia apostava suas fichas na rival Hillary Clinton. Com a vitória de Trump, a polarização política se acentuou e as redes sociais entraram em convulsão.

Diminuindo a vitrine
O Twitter publicou, logo após a vitória de Trump, medidas duras contra os chamados alt-right (que de um modo geral tem sido rotulados de neo-nazistas), medidas que incluem até mesmo a expulsão da plataforma . A conta do agora presidente americano eleito Donald Trump é uma das que podem ser excluídas nessa limpeza. Menos preocupado com as ideologias e mais com as notícias falsas, a rede social do passarinho estabeleceu que deseja se tornar um lugar sem ódio e intolerância.

O discurso é bonito, mas fica no limite de enveredar para a censura sem critérios, se não for bem executado. O Twitter diz que não planeja qualquer cerceamento, mas os conservadores não estão esperando para ver e estão migrando para a Gab.ai.

“Acreditamos que a liberdade de expressão e o livre pensamento estão sob ataque. A correção política aumentou às custas da liberdade de expressão e tornou-se um cancro no discurso e na cultura. Pensamos que as pessoas não devem tratar as ideias, palavras ou comportamentos desagradáveis, contra-culturais ou conflitantes como ofensas criminais em larga escala”, escreve Torba em um post Medium.

Em interatividade, o site é simples. É realmente como o Twitter, com posts (em 300 caracteres em vez de 140) e formas de seguir outros usuários. Ainda tem um sistema para “gostar” ou “desgostar” de um conteúdo. Quanto a ser ou não um site para radicais conservadores, só o tempo dirá. Tecnologias, no geral, acabem se tornando aquilo que o usuário quer, principalmente se eles souberem usá-la para seus objetivos.

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