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Empresas precisam se adaptar para exigências ambientais, sociais e de governança



A sigla ESG – Environmental, Social and Governance, que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa, vem ganhando cada vez mais força no Brasil e tem feito parte das agendas estratégicas de companhias de diferentes setores para a tomada de decisões financeiras, de investimentos, entre outras.

Sua origem remonta ao ano de 2004 com a publicação “Who Cares Wins”, que surgiu após uma provocação do Kofi Annan, então secretário-geral da ONU – Organização das Nações Unidas, para 50 CEOs de grandes instituições financeiras, entre elas o Banco do Brasil, sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.

“As empresas têm percebido que atuar de acordo com padrões ESG amplia sua competitividade, pois indicam solidez, custos mais baixos, melhor reputação e maior resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidades, principalmente em tempos de pandemia e guerra”, diz Rodrigo Salim, especialista financeiro com mais de 15 anos de experiência em empresas do segmento, graduado em Direito pela Universidade Mackenzie e MBA em Gestão Empresarial pelo INSPER/IBMEC.



As práticas ESG são a própria sustentabilidade empresarial, pois uma companhia em conformidade entende quais são seus impactos negativos e positivos na sociedade, consegue agir sobre eles, minimizando os desfavoráveis e potencializando os favoráveis – e quando necessário, equaciona os prejuízos já provocados.

Uma outra importante sigla serve de base para tudo isso: os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Eles são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.

“Os ODS, estabelecidos pela ONU em 2015, são hoje em dia o principal guia que as organizações devem seguir para adequar suas operações às boas práticas ESG”, explica Salim.

Eles resumem os desafios sociais, ambientais e de governança do nosso tempo, que só será possível superar com o engajamento das empresas. Bons exemplos disso são a equidade de gênero em todos os níveis de gerência, incidência zero de suborno, salário digno para 100% dos funcionários entre outras práticas.

“A tendência é que as práticas ESG se fortaleçam cada vez mais, graças a uma preocupação crescente do mercado financeiro sobre a sustentabilidade”, fala o especialista financeiro.

Prova disso são algumas importantes ações no mercado, como a da B3, uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo, com atuação em ambiente de bolsa e de balcão e que integra os índices Ibovespa, IBrX-50, IBrX e Itag, entre outros.

Ela lançou em setembro de 2020, em parceria com a S&P Dow Jones, o índice S&P/B3 Brasil ESG, que utiliza critérios baseados em práticas ambientais, sociais e de governança para selecionar empresas brasileiras para sua carteira.

Outra ação envolve a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, com mais de seis trilhões de dólares em carteira, que passou a incluir em 2020 métricas ESG, transversalmente, em todas as suas análises de riscos.

“Portanto está claro que questões ambientais, sociais e de governança são essenciais nas análises de riscos e nas decisões de investimentos, colocando forte pressão sobre o setor empresarial, que pode encontrar a solução para essa nova realidade buscando entender o que é ESG e as adaptações necessárias para estar em conformidade com as suas exigências”, finaliza Salim.

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